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Empresário chinês enfrenta julgamento por burla de mais de 600 milhões de kwanzas

O empresário chinês Zhan Yongfeng Gao, sócio da empresa TIAN YI HE PESCA, LDA, será julgado nesta quinta-feira, 12 de junho, pelo Tribunal da Comarca do Soyo, província do Zaire. Ele é acusado de calúnia, difamação, tentativa de burla, falsificação de documentos e obstrução à justiça, em um caso que envolve investimentos superiores a 600 milhões de kwanzas.

As acusações decorrem de um conflito societário com o também empresário chinês Yangfeng Gao, conhecido como "Coboio", gerente da empresa I.M.I. ILUNDO – Comércio Geral e Prestação de Serviços (SU), LDA. Segundo a TIAN YI HE PESCA, o litígio teve início em 2020, quando Yongfeng Gao foi convidado a integrar um projeto de investimento no Soyo, que previa a construção de uma fábrica de processamento de pescado, um porto e um complexo turístico.

Documentos apresentados pela TIAN YI HE PESCA indicam que Yongfeng teria concordado em investir no projeto, tornando-se titular de 60% da empresa de Yangfeng Gao, com base em atos notariais registados nas conservatórias do Soyo e do Kilamba Kiaxi. O investimento, conforme a empresa, incluiu transferências bancárias, compra de maquinaria pesada e materiais diversos.

Contudo, a parceria teria ruído em 2021, quando Yangfeng Gao passou a negar a sociedade, alegando que o parceiro chinês não teria cumprido um suposto compromisso de investir 10 milhões de dólares – valor que a TIAN YI HE PESCA afirma nunca ter sido estipulado contratualmente.

A disputa levou Yongfeng a apresentar queixa-crime junto ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) do Soyo, culminando na condenação de Yangfeng Gao por infidelidade, no processo n.º 662/23-D, com pena de prisão suspensa mediante o pagamento de 141 milhões de kwanzas a título de indemnização.

A TIAN YI HE PESCA alega que a defesa de Yangfeng tem recorrido a manobras dilatórias, como pedidos sucessivos de adiamento, e acusa o empresário de tentar transformar o processo criminal em ação cível. A empresa rejeita as acusações de falsificação contra Yongfeng, classificando-as como infundadas e com o objetivo de obstruir o acesso à justiça.

“Espanta-nos que o Sr. Yangfeng Gao agora rejeite a validade de uma ata que ele próprio assinou. Se é falsa, de quem é a assinatura? E com que legitimidade foram recebidos mais de 600 milhões de kwanzas?”, questiona a empresa em nota pública.

A defesa de Yongfeng Gao espera que o julgamento ocorra com imparcialidade e que os danos sejam reparados, reconhecendo-se o seu direito enquanto sócio-investidor no projeto empresarial.

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