Entre 15 de novembro de 2019 e 3 de maio de 2025 passaram-se 1.996 dias — mais de cinco anos — sem que o presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, tenha sido entrevistado pela imprensa pública angolana.
Durante este período, o líder do maior partido da oposição não respondeu a
uma única pergunta dos jornalistas dos órgãos estatais, nem teve qualquer
espaço para exercer o contraditório em matérias de interesse público.
Organizações da sociedade civil e observadores independentes consideram que
este facto revela um padrão de exclusão sistemática, incompatível com os princípios
do pluralismo e da liberdade de expressão.
“Este não é apenas um número. É o retrato de um sistema que evita o debate
aberto, foge ao contraditório e silencia representantes de uma parte
significativa da população”, observou um analista político consultado pelo
nosso jornal.
Em democracias consolidadas, a comunicação social pública é financiada pelo
Estado, mas serve o interesse da sociedade como um todo — e não exclusivamente
o poder executivo. No entanto, em Angola, o bloqueio mediático imposto a
figuras da oposição tem levantado críticas quanto à imparcialidade e
independência editorial da imprensa estatal.
A exclusão mediática de Adalberto Costa Júnior por quase dois mil dias é
vista por analistas como um sinal preocupante sobre o estado da liberdade de
imprensa no país.
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