A rapper luso-angolana Eva RapDiva (Eva Cordeiro) rapou-se (leia mudou-se) para Portugal e entrou na polÃtica. De rosa ao peito e punho cerrado, decidiu vestir a camisola do Partido Socialista (PS). Tem tudo para ser eleita deputada à Assembleia da República portuguesa. O caso de Eva RapDiva não é único. Ossanda Liber, também angolana, está a destacar-se na polÃtica portuguesa, mas pela “Nova Direita”.
As duas têm algo em comum: São jovens angolanas politicamente esclarecidas que preferiram ser deputadas em Portugal a serem “escravas” em Angola. Eva RapDiva e Ossanda Liber são santas da casa, mas os milagres acontecem lá no nosso “Quintal Comum”. Custa-me ver que escolheram servir Portugal em vez de Angola. Dói-me mais ainda saber que o Estado angolano ignora a fuga de jovens qualificados, como Eva RapDiva e Ossanda Liber, que preferem dar o seu talento à terra que as acolheu.
O futuro de Angola está ameaçado. Compreendo a opção de Rapdiva e de Ossanda. Em Angola, sonhos tornam-se pesadelos. O talento é desperdiçado. A inteligência e implacavelmente combatida. Não há meritocracia. Não ha oportunidades. Daà terem escolhido Portugal e os seus partidos para fazer polÃtica. Em Angola não há espaço. Em Portugal há futuro. Angola mata sonhos. Portugal dá mandatos. Angola fecha portas. Portugal abre cadeiras.
As escolhas de Eva RapDiva e Ossanda Liber fazem sentido. O sistema polÃtico
angolano é hostil e controlado há 50 anos pelos mesmos actores. A verdade é
amarga, mas deve ser dita: Se Eva RapDiva quisessem entrar na polÃtica em
Angola, teriam muito provavelmente de passar pelo “teste do sofá”. Para
figurarem na lista de deputados, teriam seguramente de virar gueixas ou
concubinas dos “senadores” dos principais partidos polÃticos. Caso contrário, a
vocação polÃtica delas estaria morta e bem enterrada. RapDiva e Liber estão bem
em Portugal. Desejo-lhes sorte!
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