A Tanzânia vai completar 64 anos de independência a 9 de Dezembro de 2025. A fanfarra iria custar aos cofres do Estado 445.000 USD. Estava tudo a postos para a comemoração com pompa e circunstância. A presidente tanzaniana é uma senhora judiciosa e com sentido de responsabilidade de Estado. Samia Hassan decidiu cortar a pompa e a circunstância do evento. Redirecionou o valor destinado às festividades da independência. Optou por construir dormitórios para crianças com necessidades especiais em todo o país. Palmas!
Venhamos a
nós! O Executivo angolano vai gastar mais de 20 milhões de dólares em bandeiras
para assinalar os 50 anos de independência nacional. Muita bandeira e pouco, ou
quase nenhum, mastro! No total, as comemorações ultrapassam os 35 milhões de
dólares, incluindo espectáculos com drones e pirotecnia. É muita maquineta e
muito fogo no ar!A presidente da Tanzânia construiu dormitórios para crianças
com necessidades especiais. Empregou o dinheiro que seria destinado às
celebrações da independência para o bem-estar de cidadãos vulneráveis do seu
País. Samia Hassan sabe o que determina a “Pirâmide de Maslow”.
A Administração Lourenço vai gastar 35 milhões de dólares para assinalar o jubileu da emancipação política angolana. Uma mão furada! Essa estroinice seria aceitável se houvesse estabilidade social e económica no país. Angola atravessa um período de desequilíbrio social e económico sem precedentes na sua História. O País está a enfrentar um surto de cólera assustador. Há bairros inteiros sem água potável e sem energia eléctrica. Igualito como em Cuba. Há escolas sem carteiras. Hospitais sem medicamentos. O próximo 11 de Novembro será comemorado com uma ostentação estulta e (in)justificável, enquanto os cidadãos continuam a depender da sorte ou de expedientes ínvios para viver com alguma dignidade.
O valor a
ser empregue nas comemorações do meio século de independência nacional é a
expressão máxima da irresponsabilidade política da Administração Lourenço e a
demonstração de uma gritante inversão de prioridades. O Presidente da República
e Titular do Poder Executivo desconhece a teoria da “Pirâmide de Maslow”. Está
perdoado! Há uma clara e inequívoca desconexão entre as necessidades dos
cidadãos e as decisões do Executivo. Estão em sintonias diferentes. O Governo
anda em Onda Curta. Os cidadãos em Amplitude Modulada. Por isso Angola vai ter
um jubileu de ouro. O País vai continuar a ser de lata. Vamos ter bandeiras
para barrigas vazias.
Desculpas
não curam feridas. Assim se dizia no meu antigamente quando um “catraio amigo”
fazia algo que nos deixava em modo pistola (chateado). Hoje, diante do descaso
do Executivo face à periclitante situação social e económica do País e à sua
compulsiva tendência para desperdiçar dinheiro, apraz-me sentenciar o seguinte:
Bandeiras não aplacam a fome de ninguém. Não curam doenças. Os drones não
substituem os medicamentos que faltam nos hospitais e as carteiras nas escolas.
Os fogos de artifício não substituem o saneamento básico. Os angolanos
dispensam os símbolos. Demandam soluções concretas para os seus problemas
sociais e económicos.
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