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O Último a Chegar Que Apague a Luz do Cofre - Denilson Duro

 Caros compatriotas, preparem-se, pois uma nova era de austeridade absoluta chegou à gloriosa província de Malanje! O excelentíssimo governador Marcos Alexandre Nhunga, com a nobreza de um verdadeiro estadista, deixou bem claro: acabou-se a ideia de que cada um chega ao poder para resolver a sua vidinha! A tesouraria está vazia, os cofres ecoam mais do que um tambor na festa do Marimba, e os poucos recursos que ainda pingam devem ser direccionados para o povo. Sim, para o povo! (Uma pausa para risos ou lágrimas, conforme a vossa experiência com promessas políticas).

Mas vejamos bem: se a mamata acabou, isso significa que, em algum momento, ela existiu. E, por alguma razão curiosa, parece que, quando a nova gestão chega, o tesouro já está milagrosamente diluído, evaporado como um copo de água no deserto do Namibe. A pergunta que não quer calar é: acabou para quem? Para os novos ocupantes do poder ou para aqueles que já "deram conta" de adiantar retiradas estratégicas do erário?

O governador, com uma sinceridade quase comovente, avisa que não se importará com os textos e comentários que certamente surgirão. Claro, para quê preocupar-se? Afinal, a tradição diz que cada um tem o seu momento de "gestão criativa" dos fundos públicos, até que venha o próximo a proclamar que "agora sim, o dinheiro será para o povo!" Só que esse "agora sim" já vem sendo anunciado desde os tempos da Dipanda, e o povo... bom, o povo continua à espera.

E o melhor de tudo: se alguém pensar em "resolver a vida" com o cargo, cuidado! Porque, segundo Nhunga, "da mesma maneira que está a tomar posse, também há-de sair". Aqui fica o alerta: a dança das cadeiras continua, e o tempo para "resoluções financeiras pessoais" parece estar mais apertado. Mas quem sabe? Com um bocadinho de criatividade, sempre se arranja uma forma de, digamos... maximizar os poucos recursos disponíveis antes da saída estratégica.

Portanto, caros cidadãos de Malanje, celebremos! Porque, desta vez, a coisa é séria: a tesouraria está seca, e os que vieram depois só encontraram o pó das promessas passadas. A mamata não acabou—ela simplesmente chegou antes para alguns.

Então, façam o favor de tirar da cabeça a frase "chegou a minha vez", porque, ao que tudo indica, a vez de alguém já passou há muito… e levou o que havia com ela!

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