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Era digital, um fluxo econômico como consumo dos derivados do petróleo - Tomás Alberto

 Na altura em que Angola começou a explorar petróleo, havia uma única refinaria. Na época, devido ao pouco consumo interno, não sentíamos os prejuízos econômicos e financeiros em divisas pela refinação.

À medida que foi aumentando o número do consumo interno, passamos a sentir os prejuízos econômicos e financeiros em divisas, e sociais. Isso porque Angola não tem as próprias refinarias que atendem o seu consumo interno.

Prejuízos econômicos: O pagamento para a refinação deste produto para o consumo interno, permite a saída de divisas de circulação da nossa economia.

Prejuízos financeiros: Por conta das refinarias não estarem sediadas em Angola, as finanças não podem arrecadar impostos pela prestação de serviços deste produto, extraído e consumido em território nacional.

Prejuízos Social: O facto dos serviços de refinação serem feitos fora do território Angolano, constitui menos postos de trabalho, e poucas oportunidades de negócios para muitos jovens Angolanos formados neste sector.

Infelizmente para se fazer uma refinaria, requer verbas financeiras muito altas; tempo, recursos humanos, meios técnicos e tecnológicos, equipamentos e entrar para a concorrência.

À semelhança ao que acontece com o petróleo por falta de refinarias situadas em território Angolano, está a acontecer no digital. Só que ao invés de ser um produto, ele é um serviço.

Vivemos na era digital, uma era é uma época notável em que se estabelece uma nova ordem de coisas, em que o uso do meio ou equipamentos no contexto, são indispensáveis.

Uma era traz consigo desenvolvimento econômico, financeiro e social sustentável. Isso se tivermos uma cadeia de produção para o consumo interno, sobretudo nos serviços mais solicitados pelos consumidores.

Na era digital, os equipamentos mais usados são os nossos smartphones, tabletes e computadores, por conta disso, hoje são considerados ferramentas de trabalho.
O consumo deste serviço em grande escala, por falta de uma cadeia de produção e distribuição interna, com pagamentos em kwanza, tem gerado prejuízos econômicos e financeiros em divisas, semelhante ao que acontece com o consumo interno e refinação dos derivados do petróleo, por falta de refinarias situadas em território nacional.


Isso deve-se ao facto das plataformas digitais prestadoras destes serviços em massa no ciberespaço Angolano, serem plataformas que estão situadas fora de Angola; em que as mesmas nos prestam diversos serviços de forma virtual, em que o pagamento é feito única e exclusivamente em divisas através do cartão Visa.


Atualmente o país conta mais de 11.000.000 de consumidores destes serviços , à medida que se vai solidificando o uso do digital no nosso país, irá aumentar também o número do consumo interno deste serviço muito solicitado pelos jovens e empresas; visto que estamos na era digital, e cada um de nós dispõe de uma ferramenta destas( smartphone, tablete e computador), quer para trabalho ou mesmo lazer.


Caso não fizermos as nossas plataformas digitais hoje para atender o consumo interno destes serviços no nosso ciberespaço, para competir com as plataformas internacionais que atualmente nos prestam este serviços de forma virtual, daqui a 10/20 anos, após a solidificação do uso destes serviços, Publicidade digital, Netflix, Prime Vídeo, Disney Mais, chamadas por aplicativo, aplicativos de táxis, Spotify, editores de vídeo, nuvem para armazenamento de dados do whatsapp, Iphone, Gmail e outros em mais de 25.000.000 de consumidores, em que o pagamento é feito em divisas através de um cartão visa, não sei se até lá teremos divisas suficiente para suportar os pagamentos destes serviços que hoje fazem parte do nosso dia a dia!!!


Com este elevado número de consumidores, o controle da economia nacional nos serviços prestados no ciberespaço Angolano, estará nas mãos destas empresas sem sede em território Angolano; tal como acontece com o petróleo. Apesar de termos o produto em território nacional, por falta de refinarias para atender o consumo interno, o pagamento para a refinação, têm sido feitos em divisas.


A oscilação dos preços nestes serviços, ainda que for apenas de 1 cêntimo ou 1 dólar, pelo elevado número de consumo, inflacionária a economia nacional, como tem acontecido com o petróleo.

A inflação ocorreria de duas formas:

1.a Pela subida de preços dos serviços, derivadas de vários factores.

2.a Pela escassez de divisas no mercado para pagamentos destes serviços, que é uma situação recorrente no nosso país.

Para se fazer uma plataforma Angolana ou situada em Angola, nesta altura, irá se precisar de elevados recursos financeiros, meios técnicos e tecnológicos, recursos humanos, tempo para a mesma ser conhecida, e entrar para a concorrência.

Pois nesta aldeia global, os serviços são prestados a partir de qualquer parte do globo.

Com vários prestadores de serviços conhecidos, convencer os clientes a deixarem de usar um serviço prestado por uma plataforma conhecida e começar a usar um novo, não será tarefa fácil.

No nosso país, até temos vários prestadores de serviços digitais, sites mostruarios, páginas, marketing digital e startups com espaços limitados, atendimentos semi automático. Pelas configurações, estratégias competitivas, visão de mercado e recursos financeiros, estão longe de se transformarem em plataformas.

A aposta que se tem dado através das incubadoras, está mais voltada à parte técnica e tecnológica; ao passo que a parte comercial e competitiva, não tem merecido a devida atenção.

Todos os prestadores de serviços físicos são identificados por categorias (Macro, médias, pequenas, e micro empresas), isso de acordo ao capital social, dimensão física, número de funcionários e volume de negócio. No digital não foge a regra.

Nesta aldeia global bastante competitiva, o Estado é chamado a apoiar os empresários, que para além do conhecimento técnico e tecnológico, tem visão de mercado, experiência e estratégias para competirem com os maiores prestadores de serviços, de modos a salvaguardar o consumo interno no nosso ciberespaço, de modos que a economia não sofra choques através das oscilações de preços do mercado internacional, como tem acontecido com o petróleo e seus derivados.

Relativamente ao consumo dos derivados do petróleo e uso do ciberespaço, talvez hoje temos mais smartphone, tabletes, computadores e smart Tv em funcionamento em Angola, doque equipamentos que funcionam com os derivados do petróleo.

 

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