Na altura em que Angola começou a explorar petróleo, havia uma única refinaria. Na época, devido ao pouco consumo interno, não sentíamos os prejuízos econômicos e financeiros em divisas pela refinação.
À medida que foi aumentando o número do consumo interno, passamos a sentir os prejuízos econômicos e financeiros em divisas, e sociais. Isso porque Angola não tem as próprias refinarias que atendem o seu consumo interno.
Prejuízos econômicos: O pagamento para a refinação deste produto para o consumo interno, permite a saída de divisas de circulação da nossa economia.
Prejuízos financeiros: Por conta das refinarias não estarem sediadas em Angola,
as finanças não podem arrecadar impostos pela prestação de serviços deste
produto, extraído e consumido em território nacional.
Prejuízos Social: O facto dos serviços de refinação serem feitos fora do
território Angolano, constitui menos postos de trabalho, e poucas oportunidades
de negócios para muitos jovens Angolanos formados neste sector.
Infelizmente para se fazer uma refinaria, requer verbas financeiras muito
altas; tempo, recursos humanos, meios técnicos e tecnológicos, equipamentos e
entrar para a concorrência.
À semelhança ao que acontece com o petróleo por falta de refinarias
situadas em território Angolano, está a acontecer no digital. Só que ao invés
de ser um produto, ele é um serviço.
Vivemos na era digital, uma era é uma época notável em que se estabelece
uma nova ordem de coisas, em que o uso do meio ou equipamentos no contexto, são
indispensáveis.
Uma era traz consigo desenvolvimento econômico, financeiro e social
sustentável. Isso se tivermos uma cadeia de produção para o consumo interno,
sobretudo nos serviços mais solicitados pelos consumidores.
Na era digital, os equipamentos mais usados são os nossos smartphones,
tabletes e computadores, por conta disso, hoje são considerados ferramentas de
trabalho.
O consumo deste serviço em grande escala, por falta de uma cadeia de produção e
distribuição interna, com pagamentos em kwanza, tem gerado prejuízos econômicos
e financeiros em divisas, semelhante ao que acontece com o consumo interno e
refinação dos derivados do petróleo, por falta de refinarias situadas em
território nacional.
Isso deve-se ao facto das plataformas digitais prestadoras destes serviços em
massa no ciberespaço Angolano, serem plataformas que estão situadas fora de
Angola; em que as mesmas nos prestam diversos serviços de forma virtual,
em que o pagamento é feito única e exclusivamente em divisas através do cartão
Visa.
Atualmente o país conta mais de 11.000.000 de consumidores destes serviços , à
medida que se vai solidificando o uso do digital no nosso país, irá aumentar
também o número do consumo interno deste serviço muito solicitado pelos jovens
e empresas; visto que estamos na era digital, e cada um de nós dispõe de uma
ferramenta destas( smartphone, tablete e computador), quer para trabalho ou
mesmo lazer.
Caso não fizermos as nossas plataformas digitais hoje para atender o consumo
interno destes serviços no nosso ciberespaço, para competir com as plataformas
internacionais que atualmente nos prestam este serviços de forma virtual, daqui
a 10/20 anos, após a solidificação do uso destes serviços, Publicidade digital,
Netflix, Prime Vídeo, Disney Mais, chamadas por aplicativo, aplicativos de
táxis, Spotify, editores de vídeo, nuvem para armazenamento de dados do
whatsapp, Iphone, Gmail e outros em mais de 25.000.000 de consumidores, em que
o pagamento é feito em divisas através de um cartão visa, não sei se até lá
teremos divisas suficiente para suportar os pagamentos destes serviços que hoje
fazem parte do nosso dia a dia!!!
Com este elevado número de consumidores, o controle da economia nacional nos
serviços prestados no ciberespaço Angolano, estará nas mãos destas empresas sem
sede em território Angolano; tal como acontece com o petróleo. Apesar de termos
o produto em território nacional, por falta de refinarias para atender o
consumo interno, o pagamento para a refinação, têm sido feitos em divisas.
A oscilação dos preços nestes serviços, ainda que for apenas de 1 cêntimo ou 1
dólar, pelo elevado número de consumo, inflacionária a economia nacional, como
tem acontecido com o petróleo.
A inflação ocorreria de duas formas:
1.a Pela subida de preços dos serviços, derivadas de vários factores.
2.a Pela escassez de divisas no mercado para pagamentos destes serviços,
que é uma situação recorrente no nosso país.
Para se fazer uma plataforma Angolana ou situada em Angola, nesta altura,
irá se precisar de elevados recursos financeiros, meios técnicos e
tecnológicos, recursos humanos, tempo para a mesma ser conhecida, e entrar para
a concorrência.
Pois nesta aldeia global, os serviços são prestados a partir de qualquer
parte do globo.
Com vários prestadores de serviços conhecidos, convencer os clientes a
deixarem de usar um serviço prestado por uma plataforma conhecida e começar a
usar um novo, não será tarefa fácil.
No nosso país, até temos vários prestadores de serviços digitais, sites
mostruarios, páginas, marketing digital e startups com espaços limitados,
atendimentos semi automático. Pelas configurações, estratégias competitivas,
visão de mercado e recursos financeiros, estão longe de se transformarem em
plataformas.
A aposta que se tem dado através das incubadoras, está mais voltada à parte
técnica e tecnológica; ao passo que a parte comercial e competitiva, não tem
merecido a devida atenção.
Todos os prestadores de serviços físicos são identificados por categorias
(Macro, médias, pequenas, e micro empresas), isso de acordo ao capital social,
dimensão física, número de funcionários e volume de negócio. No digital não
foge a regra.
Nesta aldeia global bastante competitiva, o Estado é chamado a apoiar os
empresários, que para além do conhecimento técnico e tecnológico, tem visão de
mercado, experiência e estratégias para competirem com os maiores prestadores
de serviços, de modos a salvaguardar o consumo interno no nosso ciberespaço, de
modos que a economia não sofra choques através das oscilações de preços do
mercado internacional, como tem acontecido com o petróleo e seus derivados.
Relativamente ao consumo dos derivados do petróleo e uso do ciberespaço,
talvez hoje temos mais smartphone, tabletes, computadores e smart Tv em
funcionamento em Angola, doque equipamentos que funcionam com os derivados do
petróleo.
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