Um jovem sonhador, aconselhador, humilde, dedicado, e carismático. Essas e outras características que constituem o perfil de Ernesto Shongolola, "Ti-Show", filho das terras do Lobito, província de Benguela, e em quanto muito novo, e sem experiências de vida, o nosso entrevistado conta que, com vista a procura de melhores condições de vida, mudou-se para a capital do país, onde em linhas gerais começou a comercializar jornais nas ruas de Luanda.
por: Ribas André
"Naquela altura, eu comecei com 25 jornais, e com este negócio eu consegui entrar para escola, e ajudava das despesas de casa" disse. Ti-Show, como hoje é carinhosamente chamado, conta que, a vida o obrigou a enveredar por caminhos difíceis, sendo que, anos depois, o amor a pátria, e o sentimento de servir ao seu país, teve que largar o mundo do negócio de jornais, para cumprir o serviço militar obrigatório, na região sul do território nacional, que com brio, profissionalismo e disciplina, desempenhou as suas funções, no âmbito da garantia da soberania nacional.
Com um sorriso contagiante e hilariante, Ernesto Chongolola, conta que, depois do cumprimento do serviço militar obrigatório, o sonho era colocar uma estabilidade ao lado da família, daí decidiu voltar para Luanda, onde ingressou para uma empresa exercendo a função de motorista, que fruto da sua resiliência, determinação, adquiriu várias peças automóveis, que facilitou a montagem da sua primeira viatura, que conta com lágrimas nos olhos pela experiência e emoção de ter o primeiro carro. "Depois da falência da empresa em que trabalhei, comprei várias peças automóveis, e graças a Deus, consegui montar a minha primeira viatura, que foi uma Land-Cruiser, com a chapa de matrícula HL-75-39". Disse Ti-Show, visivelmente emocionado.
A força de vontade, e resiliência na missão, Shongolola, diz que, desistir dos objectivos preconizados não é a solução para quem realmente quer ser um empresário. Questionado sobre, as experiências de trabalho por onde começou, o empresário que desponta a nível do município de Viana, contaram que, desempenhou várias funções para ver o sonho realizado como um dos empresários muito bem referenciado pela juventude "Vianense". "Muita gente não sabe, mas eu, vendi jornais, fui segurança privada, motorista, e falo isso com orgulho, porque sinto que valeu apenas".
Com um olhar esperançoso, Ernesto fez saber que, ao longo de toda sua trajetória, as dificuldades encontradas, surgiram numa altura em que o ajudou a crescer, conhecendo bem a dor de quem sofre, "porquê venho de um berço igual a de uma pessoa sofredora". Sobre as motivações que o levam a tirar jovens do mundo da criminalidade, Shongolola referiu que, a solidariedade está enraizada em sua vida, por este facto procurou sempre congregar jovens de diversas partes de Luanda, para dar formação, emprego e acima de tudo, apoio moral.
E sobre solidariedade não é tudo, o jovem talentoso e apaixonado pela arte musical e dança, diz que, até aqui a sua Associação Filantrópica denominada AFDA, (Associação de Apoio as Famílias Desfavorecidas Angolanas) controla mais de 3 mil jovens sob sua égide, proveniente de antigos grupos que praticavam acções criminosas, e cerca de 700 dos jovens trabalham arduamente dentro da sua empresa que opera a mais de 15 anos garantindo a mobilidade de pessoas e bens em 20 províncias do país. Referenciar que, Ernesto Shongolola "Ti-Show" foi bailarino de Pop nos finais dos anos 80 no Lobito, e conta agora com 21 filhos, que sempre procurou congregá-los, no domínio da educação, disciplina e acima de tudo, a transmissão de valores.
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