O Petro do Huambo, fundado em 1980 pelo carismático Armando Machado, é um dos clubes mais emblemáticos da história do futebol angolano. Surgiu com o propósito de promover o desporto no coração de Angola, nas terras planáticas do Huambo, e, ao longo das décadas, conquistou um lugar de destaque no cenário nacional, tanto pela sua trajectória de sucesso como pela formação de talentos que encheram de orgulho o país.
Na sua fundação, o clube contou com a dedicação e liderança do Senhor Futebol Armando Machado, que teve o papel crucial de criar e estruturar a equipa elevando o nome do clube a novos patamares. Sob sua orientação, o Petro do Huambo reuniu uma série de jogadores talentosos, alguns provenientes de outras equipas, como o Ferrovia do Huambo, onde problemas disciplinares haviam interrompido as suas carreiras, mas que encontraram refúgio nos petrolíferos.
Nos primeiros anos, nomes como os guarda-redes Portela e Wanderlei, os defesas Almeida, Bito, Tony, Zinho e Lourenço, os médios de renome como Garcia, Aníbal (o grande capitão), Assis Capamba e os avançados Santiago, Mariano, Mateus e Dias deram a cara ao Petro do Huambo. A união e o talento eram visíveis em campo e, mesmo num período conturbado, o clube se manteve firme, sempre focado na excelência.
A equipa cresceu de forma notável, com a adição de novos jogadores de qualidade, como o avançado Saavedra, que foi desviado do Mambroa pelo visionário Armando Machado. Também se destacaram figuras como o guarda-redes Calumbo e o médio Lila, proveniente de Benguela. Esses novos rostos, juntamente com o talento já existente na altura, elevaram a equipa a um nível ainda mais competitivo.
A década de 1980 foi marcante para o Petro do Huambo, com a equipa a realizar um estágio na Itália, onde impressionou os italianos, especialmente com o desempenho do grande capitão Aníbal. Nesse período, o clube apostou fortemente nas camadas jovens, tendo à testa o mestre da táctica Arlindo Leitão.
Com essa estratégia, surgiram jovens talentos que mais tarde se tornaram estrelas do futebol angolano, como Luís Bento, Muluse, Nelito Constantino, Carlos Pedro, Mona, Geoveti, Valente, Nhanga, Nana, Chico Santos, Velho e Arlindo, todos com potencial para brilhar no futebol nacional e internacional.
Apesar das dificuldades trazidas pela guerra civil, o Petro do Huambo nunca perdeu a sua identidade e continuou a investir na formação de jovens atletas. Entre o final da década de 1990 e o princípio da década de 2000, o clube ressurgiu com força, destacando-se com jogadores como os guarda-redes Capoco e Mimi, os defesas Dinho, Ngangula, Marcos e Kalala, os médios Jorginho, Eliseu, Gazeta e Caricoco, e os avançados Avelino Lopes, Zé Neli e Jaburu.
O Petro do Huambo sempre se destacou pela capacidade de formar talentos que mais tarde se tornaram referências, não apenas no futebol angolano, mas também ao serviço da selecção nacional em diversos escalões. O clube era um fornecedor permanente de jogadores para os Palancas Negras, contribuindo para o sucesso do país em várias competições internacionais.
Um dos momentos mais marcantes na história do Petro do Huambo foi a participação da equipa num jogo contra a selecção zambiana em Lusaka, representando Angola, e o grande desempenho elogiado pelos presentes naquele evento. Além disso, o clube conquistou duas vezes o terceiro lugar no Girabola, demonstrando sempre o seu compromisso e capacidade de competir ao mais alto nível, mesmo com as adversidades que caracterizavam o contexto.
Por isso tudo, considero o Petro do Huambo, um dos clubes mais importantes
e representativos da história do futebol angolano. A sua trajectória é uma
verdadeira lição de superação, trabalho árduo e dedicação ao desporto nacional.
Ao longo dos anos, o clube não apenas contribuiu para o desenvolvimento do
futebol em Angola, mas também construiu uma identidade de força e resistência
que perdura até hoje. A todos os jogadores, treinadores, dirigentes e, claro,
aos fervorosos adeptos que sempre acreditaram na força do Petro do Huambo, o
nosso muito obrigado. Vocês fazem parte de uma história de glória que será
eternamente lembrada no futebol angolano.
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