A transformação do município de Icolo e Bengo à categoria de nova província de Angola foi ontem formalizada, em Catete, pelo ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, no quadro do Plano de Implementação da Nova Divisão Político-Administrativa do país.
O hastear da bandeira e o descerrar da placa que simboliza a institucionalização da província de Icolo e Bengo marcaram o acto, tornando uma realidade a elevação da vila de Catete à cidade.
Em representação do Presidente da República, o titular da pasta da Administração do Território testemunhou a passagem de pastas entre os governadores provinciais de Luanda e de Icolo e Bengo, Luís Nunes e Auzílio Jacob, respectivamente, bem como a entrega da chave da localidade, que marca o início de funções do novo governador.
Na ocasião, Dionísio da Fonseca apelou à integração e trabalho conjunto para o desenvolvimento da província, de modo a aproximar os serviços públicos aos cidadãos, defendendo que a coordenação institucional seja uma constante no desempenho das funções.
"Icolo e Bengo é uma província que se estende desde as margens do Rio Longa até Kifangondo, de Maria Teresa até Calumbo. É um território extenso, com grandes desafios do ponto de vista urbano, e que vai requerer muito planeamento estratégico, uma visão inovadora para as soluções que esta parte do território nacional precisa, no sentido de garantir melhores condições de vida para a nossa população", disse o governante.
O ministro pediu ao novo Governo provincial melhor proveito
da força humana disponível em todo o território de Icolo e Bengo, e do
potencial existente nos domínios da agricultura, turismo e indústria,
continuando, desta forma, o processo de desenvolvimento da actual província.
Auzílio Jacob conta com o apoio de todos
O governador provincial de Icolo e Bengo, Auzílio Jacob, convidou todos os citadinos da província para com o Governo identificarem, discutirem e avaliarem os problemas existentes na região, assim como encontrar as melhores soluções para os mesmos.
"Uma das premissas do bem governar é saber ouvir. E, se
tivermos capacidade de saber ouvir, vamos simplesmente fazer aquilo que o povo
quer, porque se fizermos aquilo que o povo quer, não vamos ter ninguém
insatisfeito", citou o responsável, mencionando que vai fazer um trabalho
conjunto com os administradores, as comissões de moradores, autoridades
tradicionais e religiosas, e com toda a população de Icolo e Bengo.
Luanda garante cooperação mútua
No acto, o governador da província de Luanda, Luís Nunes, reiterou o compromisso de trabalhar "lado a lado" com os responsáveis da nova unidade territorial, para de forma unida planear e implementar soluções que impactem positivamente na vida do povo angolano.
"Reconhecemos, no entanto, que a relação entre as nossas províncias é inseparável, não apenas pela proximidade territorial, mas também pelos laços profundos que unem as nossas populações", apontou.
A criação da província de Icolo e Bengo, considerou, é o reflexo de um compromisso firme com o princípio da proximidade entre a administração pública e os cidadãos.
"Ao constituir-se formalmente a província de Icolo e
Bengo, celebramos não só uma nova divisão administrativa, mas sobretudo um novo
capítulo na história da governação do nosso país. Um capítulo que se escreve
com a coragem de inovar, com a determinação de servir e ambição de construir um
futuro mais justo, inclusivo e próspero para todos", realçou Luís Nunes.
Autoridades tradicionais esperam mais aproximação
De acordo com a soba-grande de Icolo e Bengo, Emília Paulo, o
sobado nesta região espera maior aproximação e troca de experiências entre o
Governo provincial e as autoridades tradicionais, promovendo boa interacção com
as comunidades.
Emília Paulo referiu que a transformação do município para
província é uma mais-valia, pelo facto de garantir a aproximação dos serviços
públicos às comunidades. "Estamos felizes por saber que a nossa cidade vai
mudar em termos de infra-estruturas e outros serviços", enfatizou Emília
Paulo.
Igreja Católica lança apelo à união de todos
Em declarações aos jornalistas, o Bispo da Diocese de Viana, Dom Emílio Sumbelelo, que prestigiou o acto, apelou à união e colaboração de todos os habitantes de Icolo e Bengo, envidando esforços conjugados para o processo de desenvolvimento da província.
"Naturalmente, esperam-se muitas coisas e nós o que devemos fazer é trabalharmos de mãos unidas, ajudando o governador a avançar no progresso à nova província", reforçou o líder católico.
O território da Diocese de Viana, esclareceu na ocasião Dom Sumbelelo, não coincide com o município de Viana, estende-se de Maria Teresa até ao Rio Longa, e em Luanda está limitado ao bairro Palanca.
Com uma população estimada em 131 mil e 268 habitantes, a nova província de Icolo e Bengo surgiu com a aprovação da nova Divisão Político-Administrativa (DPA), a 14 de Agosto de 2024, pela Assembleias Nacional.
Conta com sete municípios e 11 comunas, designadamente Icolo e Bengo (com as comunas de Catete, Cassoneca, Caculo Cahango e Caxicane), Quiçama (Muxima, Kixinje, Demba Xio e Mumbundo) e os outros municípios ainda sem comunas descriminadas são Calumbo, Cabiri, Cabo Ledo, Bom Jesus e Sequele.
Com o Icolo e Bengo surgiram também duas outras novas
províncias no país, perfazendo 21, além de 326 municípios e 378 comunas. As
três novas províncias resultaram da divisão da província do Moxico
(Moxico-Leste), do Cuando Cubango (Cubango) e de Luanda (Icolo e Bengo).
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