Pelo menos três camponesas morreram recentemente, após a demolição das suas residências por uma força mista constituída por efectivos da Polícia Nacional (PN), Forças Armadas Angolanas (FAA), Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) e Fiscais da Administração Municipal do Talatona, devido a disputa de hectares de terra entre supostos oficiais superiores com camponesas da empresa “Konda Marta”.
O facto foi revelado pelo porta-voz da camponesas, Daniel Neto, posto em
liberdade há duas semanas, sob termo de identidade e residência, após ter
cumprido mais de sete meses de prisão preventiva.
O também Tenente Coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), as camponesas
e as suas famílias, foram forçadas a viver uma “vida de indigência”, por parte
de supostos oficiais superiores da Polícia Nacional (PN) e das Forças Armadas
Angolanas (FAA), que segundo Daniel Neto, “impõe às vítimas” condições desumanas
com a destruição das suas habitações, usando as forças de defesa e segurança,
bem como instituições do Estado angolano para satisfazer os interesses
pessoais.
“As camponesas estão mal, não têm sustento, ninguém lhes ajuda, estão sem
abrigo, pois o quintal em que elas estavam de 500m², foi demolido, as casas
também foram destruídas, inclusive as igrejas também foram demolidas”, relatou
o responsável.
Neto acrescenta que “as senhoras estão mesmo em péssimas condições que
deveria ser uma preocupação do próprio Estado, mas infelizmente, ninguém se
preocupa com essa situação. De facto é muito triste o que se passa com essas
mamãs”, lamentou.
O director-geral da Konda Marta esclarece que a empresa não enfrenta nenhum
conflito fundiário com o Estado, o que existe. De acordo com o Daniel Neto, é
um grupo de oportunistas, que usa o nome do Estado e das suas instituições
(Administrações, PN, FAA, SIC e a PGR), para defender a usurpação dos terrenos
da empresa desde 2016.
“É o que sempre tenho dito, nunca tivemos conflitos, pois muita gente
quando ouve sobre conflitos de terrenos, pensam que nós temos problemas com o
Estado ou com o Governo, não. É apenas uma confusão de um grupo de algumas
pessoas ligadas ao Governo, estou a me referir de pessoas bem identificadas e
que temos denunciado constantemente nos órgãos de comunicação social”, disse.
Daniel Neto reforça que “essas pessoas com poderes no Governo, continuam a
maltratar aqui as camponesas indefesas, mas acredito que, com a saída do chefe
da máfia, que é o próprio leão, acredito que as coisas vão voltar ao normal, já
que existem instituições no país”.
O Tenente Coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), Daniel Neto, detido
no dia 10 de Junho deste ano, foi posto em liberdade há duas semanas, sobre
termo de identidade e residência, depois de ter expirado o prazo de prisão
preventiva, que durou mais de sete meses, na Comarca de Viana, em Luanda.
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