A vinda (26/11/2024) do Aliko Dangote à Angola, com o propósito de investir no mercado angolano, é bem-vinda e deve ser acarinhada. Aliko Dangote é um multibilionário nigeriano, de 67 anos de idade, Presidente e CEO da multinacional nigeriano Dangote. O seu património líquido é de USD-11,1 bilhões e detém 5% da fortuna do empresário mais rico do mundo, Elon Musk, dono da TESLA.
De acordo com ranking da Forbes, Aliko Dangote é o empresário mais rico da
África que começou a sua carreira «vendendo cimento e açúcar». Agora ele
expandiu o seu império ao sector petrolífero onde recentemente inaugurou uma
refinaria de petróleo em Lagos, antiga Capital da Nigéria, com mais de 13
milhões de habitantes. Aliás, Nigéria é o país mais populoso da África e o
sexto do Mundo, com 234,7 milhões de habitantes.
Para dizer que, contrariamente a outros ricos africanos, Aliko Dangote possui apenas duas casas na Nigéria. Ele não esbanja os seu capital em coisas supérfluas e luxuosas. O seu foco incide-se na industrialização da Nigéria, investindo localmente para a promoção do bem-estar das comunidades locais e do desenvolvimento sustentável do seu país.
Portanto, a entrada do Dangote no mercado angolano, que oferece oportunidades infinitas de investimentos, é oportuna e rendível. Porque, ele traz consigo o capital, a técnica e os conhecimentos avançados ao nosso país, criando um circuito de intercâmbio comercial e cultural entre os nossos povos. Já que, pelos vistos, ele está interessado em investir no Corredor do Lobito, na Refinaria do Lobito, na Indústria Petrolífera, no Gás, na Fábrica de Cimento e na Agricultura.
Acima de tudo, a entrada da Multinacional Dangote no mercado angolano vai
aproximar os dois países da África Subsaariana, os maiores produtores de
petróleo em África, ricos em recursos naturais. Os dois países gigantes estão
situados na região do Golfo da Guiné, ao longo do Oceano Atlântico, uma via
marítima estratégica que assegura uma boa parte do transporte marítimo mundial.
A região do Golfo da Guiné é muito rica em recursos minerais (acima de tudo,
petróleo e gás).
Logo, a participação do Magnata Aliko Dangote no Corredor do Lobito, em termos
geoestratégicos, é fundamental. Porque isso vai permitir criar o equilíbrio
entre diversos investidores estrangeiros que têm os olhos postos nos mineiros
críticos do interior da África que serão escoados por via do Porto de
Dar-Es-Salam (Oceano Índico) e do Porto de Lobito (Oceano Atlântico). É uma via
transcontinental da África Subsaariana que a União Africana deve prestar maior
atenção e fazer parte do sistema integral de segurança terrestre e marítima
desta vasta região.
Eu percebo que o desenvolvimento sustentável do Continente Africano dependerá dos próprios africanos que devem aproximar-se, trabalhar juntos, integrar os seus mercados, investir nas suas economias, promover a industrialização e modernização, investir fortemente na agricultura e no desenvolvimento rural, construir infraestruturas transcontinentais, partilhar conhecimentos, atrair investimentos estrangeiros, formar e capacitar quadros e envolver jovens africanos no sistema económico para se transformar na alavanca do desenvolvimento industrial da África.
Portanto, a vinda do Aliko Dangote à Luanda é um farol que deve iluminar as
nossas mentes para que possamos libertar-se de preconceitos neocoloniais que
assentam na xenofilia e na glotofagia, bem implantadas na sociedade angolana. Vejamos,
temos assistindo a um influxo ao mercado angolano de empresas falidas e
fantasmas vindo do outro lado do mediterrâneo para enriquecerem-se com o
capital angolano através de branqueamento de capitais, do tráfico de
influências e da fuga de capitais aos paraísos fiscais.
Neste âmbito, temos empresas monopolistas em Angola, que ocupam todos os
sectores estratégicos da economia do país, alimentando-se do erário público,
através da teoria do «capitalismo selvagem», que enriquece ilicitamente a
classe dominante. Como vimos atrás, Aliko Dangote iniciou a sua carreira
«vendendo cimento e açúcar», foi andando gradualmente, passo a passo,
construindo o seu império, que acumulou uma grande fortuna de mais de USD-11,1
bilhões. Afirmando-se assim no mercado internacional, gozando de muito
prestígio, credibilidade e dignidade.
Enfim, Aliko Dangote é o«filho»da África, é o«orgulho»da África e deve ser um «exemplo» a seguir. Pois, ele tem muito a dar à África desde que haja a vontade política dos governantes africanos em abrir as portas, dando-lhe oportunidades de investimentos, de modo que ele possa participar ativamente no desenvolvimento da África e competir-se em pé de igualdade com as outras multinacionais.
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