O Presidente angolano disse ser “urgente criar condições que favoreçam o desenvolvimento de uma agricultura sustentável a nível planetário para se garantir a segurança alimentar e alcançar-se a meta da fome zero”, ao intervir na Cimeira do G20, o grupo das 19 maiores economias do mundo, União Europeia e União Africana, que começou nesta segunda-feira, 18, no Rio de Janeiro, Brasil.
João Lourenço começou o seu discurso dizendo que o “combate contra a fome e a pobreza constitui, sem sombra de dúvidas, um dos maiores problemas que a humanidade enfrenta” e que frente a esta realidade, esse combate “requer de todos nós, de todos os governantes, dos empresários, das organizações humanitárias, dos líderes associativos, das organizações religiosas e de outras instituições afins, uma abordagem corajosa para identificarmos sem tabus as principais causas deste problema e as soluções pragmáticas e duradouras para se evitar o recurso ao assistencialismo que, de modo algum, resolve esta problemática na raiz”.
O Chefe de Estado enfatizou que “a fome é um flagelo que afeta fundamentalmente os países em vias de desenvolvimento”, no entanto, acrescentou que não se trata de um “mal exclusivo destas geografias, pois observamos este fenómeno também em países desenvolvidos, industrializados e com um grande Produto Interno Bruto”
“É fundamental olharmos para a urgente necessidade de se criarem condições
que favoreçam o desenvolvimento de uma agricultura sustentável a nível
planetário para se garantir a segurança alimentar e alcançar-se a meta da fome
zero”, propos Lourenço ao destacar a “oportuna iniciativa da criação” da
Aliança na Luta contra a Fome e a Pobreza.
Depois de sublinhar que Angola é membro fundador da iniciativa, ele realçou que
ela “abre caminho para o surgimento de um instrumento valioso, que vai ajudar a
inverter os retrocessos na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, relacionados com a erradicação da pobreza e da fome”.
João Lourenço disse ser necessário mobilizar “esforços e recursos para apoiar os países na implementação de políticas públicas eficazes que assentem essencialmente na realização de acções estruturais e transversais, com vista à redução das desigualdades”.
Em Angola, continuou, “apostamos na agricultura no quadro da diversificação da economia nacional para reforçar a segurança alimentar, reduzindo a grave dependência que enfrentávamos em matéria de importação de bens alimentares”, o que, ainda segundo Lourenço, tem requerido das autoridades “um esforço persistente no sentido de o alterar, apoiando não só a agricultura familiar como também promovendo o desenvolvimento de uma agricultura moderna, que serve de base ao impulsionamento da indústria nacional”.
“É certo também que, a par de outros desafios ligados à agricultura, temos
o das mudanças climáticas, que agravam em muitas circunstâncias a pobreza de
comunidades inteiras, por afetarem negativamente as condições para a realização
da actividade agrícola, afirmou o Presidente angolano que enfatizou que o seu
Governo “gizou um programa cuja primeira fase está a implementar com sucesso e
que consiste na transferência de água para as zonas mais afectadas, a partir do
rio Cunene”.
João Lourenço anunciou que o Executivo tem em carteira a construção, até
2027, “de seis grandes albufeiras de retenção de milhões de metros cúbicos de
água na província do Namibe, estando o Executivo no processo de mobilização de
financiamento”.
No domingo, 17, o Presidente angolano reuniu-se com o seu homóloho brasileiro Lula da Silva e, com uma delegação que incluiu os Ministros de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, e o das Relações Exteriores, Téte António, entre outros membros , abordaram a cooperação bilateral.
Durante a cimeira que decorre hoje e amanhã, Lourenço manterá uma série de
encontros com seus homólogos, mas desconhece-se se terá alguma reunião com o
Presidente Joe Biden que é esperado em Luanda a 2 de dezembro para a primeira
visita de um presidente americano a Angola, que terminará no dia 4.
Na página da Presidência da República de Angola no Facebook, lê-se que João
Lourenço também manterá encontros com personalidades da alta finança, ciência ,
cultura, e indústria farmacêutica. El regressará a Angola no dia 20.
0 Comentários