Um agente da Polícia Nacional, Pedro Gonçalves Adão “Pedrito”, com a função de patrulheiro, 1º subchefe, está a ser acusado de ter abusado de dois dos seus netos, resultando na abertura de um processo crime (V/D024-02-SIC/GERAL).
De acordo com informações obtidas pelo Club-K, os abusos ocorreram ao longo do ano passado, mas só foram denunciados no início deste ano. As vítimas, com medo de represálias, mantiveram silêncio por um longo período. Um deles queixou-se que o avó colocava os órgãos genitais na sua boca, e o outro (mais crescido) denunciou ter sofrido uma penetração.
Diante da denúncia, o caso foi encaminhado à Direção de Combate aos Crimes Contra as Pessoas, que solicitou exames periciais para as vítimas. Apesar das dificuldades em realizar os exames em um período posterior aos abusos, as autoridades deram prosseguimento às investigações. No dia 30 de abril deste ano, o SIC notificou as duas crianças para serem submetidas a exame de natureza sexual e avaliação psicológica no departamento de medicina legal, no Bairro Popular, em Luanda.Inicialmente, a instrutora do processo, “Gisela”, havia alertado que os exames corriam o risco de não serem precisos, uma vez que estavam a ser realizados numa data distante do ocorrido, mas que, mesmo assim, iriam proceder com as formalidades. Os menores disseram às autoridades que só agora fizeram a queixa aos adultos porque o avô ameaçava de que, se eles falassem algo, iria matar todos os mais velhos de casa. Com medo, permaneceram em silêncio.
Os resultados deram positivo tendo a instrutora “Gisela” solicitado as famílias para não recorrem as televisões para não haver exposição dos menores. O processo passaria para uma outra instrutora do SIC, Ana Tavares, que solicitava a família que aguardassem sem fazer pressão.
A demora nas investigações, desde julho que tiveram o último contacto com a instrutora Ana Tavares, e a aparente tentativa de abafar o caso levaram as famílias das vítimas a suspeitar que Pedro Adão estaria a utilizar sua influência como agente da polícia para escapar da justiça. A situação se agravou quando, neste semana, o acusado agrediu a sua esposa e a polícia da esquadra do Cassequel, acionada pela vítima, se recusou a atender à ocorrência.
A esposa de Pedro Adão procurou a polícia para denunciar as agressões, mas foi informada de que não havia viatura disponível para atender à ocorrência. Diante da recusa, a mulher procurou ajuda de um irmão, Miguel Almeida que ao chegar à residência do casal, foi detido pela polícia a pedido de Pedro Adão.
A prontidão da polícia em atender ao pedido de Pedro Adão para prender seu
cunhado deve-se ao facto de ele ter trabalhado naquela esquadra no passado e
muitos dos agentes ali lotados serem seus amigos. Miguel Almeida ficou preso
por dois dias até receber a ordem de soltura. O comandante da esquadra é identificado como “Kibulukuto”.
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