O tenente-coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), Daniel Neto, detido no dia 10 de Junho deste ano, completou nesta quinta-feira, 10, quatro meses de prisão preventiva na Comarca de Viana, em Luanda, sem ser ouvido por um procurador ou juiz de garantia.
O empresário e director-geral da empresa “Konda Marta” foi detido na via
pública junto à Polícia Judiciária, às 10 horas da manhã de segunda-feira, 10
de Junho, defronte a Faculdade de Direito (FD) da Universidade Agostinho Neto
(UAN), por efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC), quando esperava
a resposta de um dos seus funcionários, que se encontrava no interior da
unidade militar sobre um processo no quadro da disputa de terrenos no Distrito
Urbano da Cidade Universitária com altas patentes da Polícia Nacional.
Após a detenção, o também porta-voz das camponesas foi levado à Esquadra da
Polícia do Chinguar, onde passou a noite, para no dia seguinte ser levado à
Procuradoria-Geral da República (PGR) junto do SIC no Talatona.
Posto no SIC-Talatona, o procurador identificado por Alexandre Gabriel
Custódio não aceitou ouvir as suas declarações, alegando que já havia exarado
um mandado de captura passado por ele no dia 31 de Setembro de 2023, com o
processo nº 660/2023, indiciado nos crimes de associação criminosa, agressão
simples a integridade física e furto qualificado, alegando igualmente que os
crimes terão sido cometidos por um trabalhador da empresa “Konda Marta”,
identificado apenas por Kassanje.
Kassanje chegou a ser ouvido no SIC-Luanda, para a instrução de um novo
processo, visto que os argumentos evocados pelo procurador Alexandre Custódio
não têm elementos suficientes para sustentar a detenção e manutenção da prisão
preventiva do arguido.
Durante o interrogatório no Serviço de Investigação Criminal em Luanda,
Kassanje desmentiu o envolvimento do director da “Konda Marta” no suposto furto
e agressão física. Segundo apurou o Club-K junto do SIC, até ao momento somente
o director-geral do SIC é que tem a autorização de movimentar o processo do
tenente coronel, Daniel Neto, uma vez que, passados quatro meses, a PGR não
ouviu o arguido.
“Nem a Polícia Judiciária nem a Procuradoria Militar conseguem porque o
processo está sob o controlo do director-geral do SIC”, disse uma fonte que
acompanha o caso.
Nova estratégia de actuação para ocupação efectiva de terrenos da empresa
Fonte bem posicionada do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional
(CPLPN) adiantam que, após a exoneração da Comandante Municipal de Talatona,
Superintendente Goreth Patrícia Gaspar Mateus Fernando, dando lugar a
Superintendente-chefe, Mateus João, até então Comandante do município do
Cazenga, em Luanda, pelo Comandante Provincial, Francisco Ribas, o Delegado do
Ministério do Interior em Luanda, traçou novo plano com envio de cartas à
Provedoria de Justiça e à Administração Municipal do Talatona, solicitando a
mediação do “conflito fundiário”, numa altura em que se encontra detido o
director da empresa “Konda Marta”.
A fonte ressalta que foram seleccionados elementos fantasmas, que no
encontro que deve acontecer a qualquer momento, vão se fazer passar por
clientes que adquiriram terrenos em nome da empresa e outros que vão se fazer
representar como funcionários e advogados da “Konda Marta”.
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