Uma caravana de veículos pertencentes à Casa Militar do Presidente da República foi apreendida, recentemente, na Vila do Capenda Camulemba, na província da Lunda-Norte. A carga apreendida consistia em cobalto, minério estratégico de alto valor, contrabandeado da República Democrática do Congo (RDC) e introduzido em território angolano pela província do Moxico.
A revelação desta operação clandestina, ainda não confirmada oficialmente pelas autoridades, joga luz sobre um esquema de contrabando de minérios que envolve altas esferas do poder angolano.
A apreensão da carga de cobalto ocorre num contexto de crescente tensão entre Angola e a RDC, com frequentes disputas relacionadas ao transporte de mercadorias e ao combate ao contrabando. Recentemente, mais de 400 caminhões angolanos foram retidos na RDC, impedidos de atravessar a fronteira para a província de Cabinda, gerando prejuízos para o setor de transportes e inflacionando os preços dos produtos.A descoberta deste novo caso de contrabando reforça as graves acusações feitas
pelo General Francisco Pereira Furtado, Ministro de Estado e chefe da Casa
Militar do Presidente da República, que denunciou o envolvimento de altos
dirigentes em esquemas de contrabando de combustível. As semelhanças entre os
dois casos indicam a existência de uma rede de corrupção que se infiltrou em
diversos sectores do governo angolano.
A ocorrência de contrabando de minérios, como o cobalto, tem sérias implicações
para a economia angolana e para a imagem do país no exterior. Além de gerar
perdas financeiras para o Estado, o contrabando de minérios contribui para a
instabilidade na região e alimenta conflitos armados.
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