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João Lourenço conversa com Paul Kagame e manda enviado à RDC

 O Chefe de Estado, João Lourenço, manteve, recentemente, uma longa conversa com o homólogo do Rwanda, Paul Kagame, centrada no conflito armado vigente no Leste da República Democrática do Congo (RDC).

Segundo informações partilhadas pela Presidência da República, a conversa entre os dos dois estadistas, mantida ao telefone, decorreu no quadro dos esforços que Angola tem vindo a desenvolver para a solução da crise de segurança na RDC.

Neste sentido, o Presidente da República orientou, na manhã de ontem, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, na qualidade de seu enviado especial, a deslocar-se a Kinshasa, para entregar uma mensagem ao homólogo da RDC, Félix Tshisekedi.

O diálogo com Paul Kagame e a recepção de Félix Tshisekedi ao ministro Téte António acontece há sensivelmente seis dias desde a realização da 4.ª Reunião Ministerial que juntou, em Luanda, as delegações da RDC e do Rwanda, sob mediação de Angola.

Uma mensagem do Presidente João Lourenço foi entregue ontem à tarde, em Kinshasa, ao Chefe de Estado congolês, Félix Tshisekedi, pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António.

A mensagem, cujo teor não foi divulgado, foi entregue na presença do director para África, Médio Oriente e Organizações Regionais do Ministério das Relações Exteriores, Jorge Cardoso, e do embaixador de Angola na República Democrática do Congo, Miguel da Costa, e outros altos funcionários do aparelho Central do Estado.

A nota do MIREX destaca a solidariedade que o Chefe de Estado angolano tem exprimido para com o povo e o Governo congolês e o aprofundamento das relações bilaterais e multilaterais, incluindo questões de interesse mútuo ao nível regional e continental.

Na ocasião, as partes acordaram realizar no dia 30 deste mês a reunião dos peritos de Inteligência, cujo local ainda não foi avançado.

Durante a 4.ª reunião, as partes em conflito fizeram-se representar por Thérèse Kayikwamba Wagner e Olivier Jean Patrick Nduhungirehe, ministros de Estado, dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação Internacional e da Francofonia da RDC e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Rwanda, respectivamente.

A reunião considerou e aprovou a acta da sessão ministerial de 20 e 21 de Agosto de 2024, tendo, igualmente, se debruçado sobre o relatório dos peritos de Inteligência, produzido a 29 e 30 do mesmo mês em Rubavu, Rwanda.

O relatório dos peritos, segundo dados partilhados pelo Ministério das Relações Exteriores, destaca o Plano Harmonizado de Neutralização das FDLR e o desengajamento das forças e levantamento das medidas defensivas por parte do Rwanda, cujo Conceito de Operações (CONOPS) para a sua implementação será elaborado na próxima reunião dos Peritos de Inteligência, prevista para os dias 30 de Setembro e 1 de Outubro do ano em curso.

ONU reafirma apoio às acções de paz nos Grandes Lagos

O enviado especial do Secretário-Geral da ONU para a Região dos Grandes Lagos, Huang Xia, afirmou, quarta-feira, em Luanda, que as Nações Unidas têm confiança na liderança do "Presidente Lourenço e, também, nos esforços que tem envidado para a conclusão definitiva da situação de segurança e de paz na Região dos Grandes Lagos”.

"As Nações Unidas estão à disposição para acompanhar e apoiar plenamente o Processo de Luanda e os esforços para conseguir a paz, a estabilidade durável na Região dos Grandes Lagos”, sublinhou o enviado de António Guterres.

Huang Xia, que manifestou o apoio no final de uma audiência concedida pelo Presidente da República, disse que a ONU está engajada em trabalhar com as autoridades angolanas e de toda a região para o alcance da paz. O encontro, acrescentou, serviu para escutar a opinião do Chefe de Estado angolano sobre o andamento da situação na região.

Sobre os acontecimentos na parte Leste da República Democrática do Congo (RDC), referiu que as Nações Unidas são da mesma opinião que o Presidente angolano, de que se deve "privilegiar a via do diálogo, da diplomacia, da política e de soluções globais que podem, de facto, levar a uma paz duradoura e não enveredar por caminhos de beligerância que podem causar mais danos”.

"As Nações Unidas partilham da visão do Presidente da República e não pouparão esforços para ajudá-lo naquilo que tem a ver com os objectivos de alcançar a paz, que tem a ver com o Processo de Luanda”, salientou.

Declarou que, se Angola e o Presidente da República estão de facto determinados a levar avante o Processo de Luanda, quer dizer que precisarão de mais apoio e ajuda.

 

 

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