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A Síndrome da Repetição dos Erros do Passado - Jaime Azulay

 É preocupante como muitos líderes africanos não aprendem com os erros do passado cometidos pelos seus antecessores, que afundaram suas nações. Não obstante as reiteradas promessas de mudança de paradigma, quando assumem o poder, começam a repetir precisamente os mesmos erros, como se esperassem a ocorrência de um milagre divino de que, desta vez, a má governança funcionará!

A repetição de erros históricos por parte de governantes, sobretudo em África é deplorável. Tento entender, sob diferentes perspectivas, as causas que levam a tal situação e o resultado é sempre desabonador e desolador.

Parece-me evidente que isso pode ser atribuído a uma combinação complexa de muitos fatores. A falta de educação e formação adequada é um deles. Muitos líderes podem não ter tido acesso a uma educação sólida sobre governança, economia e história. Isso os torna permeáveis a influência de colaboradores incompetentes ou corruptos, resultando na tomada de decisões inconsistentes e mal informadas, pois não levam em conta nem compreendem as lições do passado.

A cultura política é outro factor importante, marcada por práticas autoritárias e de insano nepotismo. Os líderes começam paulatinamente a priorizar os seus interesses pessoais ou de grupos restritos, em detrimento do bem-estar da população. Estamos perante a repetição dos mesmos erros que levaram à falência, por corrupção e má gestão, o consulado do anterior líder.

Para fechar o ciclo da síndrome da repetição dos erros do passado, nos deparamos com a manipulação da informação, que se transforma em pura e grosseira propaganda. Começam a ser introduzidas narrativas que procuram justificar práticas questionáveis e ocultam dolosamente os verdadeiros problemas enfrentados pela população. Assim, os novos líderes seguem os caminhos já trilhados pelos seus antecessores, sem questionamentos ou espírito crítico.

Para romper esse ciclo vicioso, é crucial promover uma educação cívica sólida da população e fortalecer as instituições democráticas do Estado, sobretudo a justiça e a comunicação social. Acredito que somente assim, poderemos esperar uma liderança mais responsável e comprometida com o desenvolvimento sustentável das nações africanas.

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