O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) promoveu no auditório da Casa da Juventude, município de Viana, em Luanda, um encontro de reflexão sobre a problemática do encerramento dos cursos de medicinas e ciências da saúde no ensino superior público e privado, por parte do Governo angolano num período de dois anos.
No centro do debate estiveram os médicos Adriano Manuel, presidente do
Sindicato dos Médicos Angolanos (SMA) e o especialista em saúde pública,
Jeremias Agostinho e reuniu estudantes, especialistas e público em geral.
Durante o encontro, os prelectores e demais participantes manifestaram o
sentimento de rejeição da presente medida do Governo angolano de encerramento
dos referidos cursos, embora reconheçam a necessidade urgente de se melhorar
significativamente o actual quadro de banalização em que está mergulhado o
Ensino Superior.
Os especialistas defendem a liberação total do mercado do Ensino Superior,
pois segundo eles, poderá desequilibrar a balança em favor das instituições do
ensino privado, provocando exclusão da grande maioria dos jovens e famílias sem
capacidade financeira.
O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) entende ainda que a promoção e
massificação do Ensino Superior nas instituições públicas “ainda é o melhor
caminho que garante a sustentabilidade do desenvolvimento em Angola no actual
contexto social e económico das famílias”.
Os participantes defendem por outro lado a necessidade da melhoria das
condições, fundamentalmente dos laboratórios e não o encerramento dos cursos de
saúde e ciências da saúde.
De acordo com o vice-presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos
(MEA), Joaquim Lutambi, decorre o processo de recolha de assinaturas, que
poderão ser remetidas ao Presidente da República João Lourenço, com vista a
exigir a anulação da medida do Ministério do Ensino Superior, Ciência e
Tecnologia.
“Abaixo assinado é uma indignação dos estudantes, pais e encarregados de
educação por conta do Estado ter investido em outros sectores deixando sempre
para trás o sector ligado à educação, e particularmente ligado à saúde”,
lamentou Lutambi.
Joaquim Lutambi lembrou que, “entre os dez países que mais investem na
educação Angola não faz parte, dos vinte países do Continente Africano que mais
investem na educação, o nosso país não faz parte”, disse.
Segundo ainda Angola “está sempre atrás de tudo porque simplesmente estamos
na ponta do iceberg, quando se trata de corrupção e do interesse desta
cleptocracia, que tem dirigido o Ministério do Ensino Superior, Ciência e
Tecnologia”.
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