Angola: Para quando a Fundação Holden Roberto?

 Carlitos Holden Roberto disse, recentemente, que os problemas internos que assolaram a FNLA retardaram a criação da instituição, mas que, neste momento, a fundação está quase pronta.

O tema do projeto para a Fundação, Holden Roberto foi novamente levantado esta sexta-feira (02.08), na conferência nacional que assinalou mais um ano da morte do líder fundador da FNLA.

 Carlito Roberto, filho de Álvaro Holden Roberto, disse que o conflito interno que assolou o partido histórico - e que durou mais de 20 anos - dificultou a sua materialização.

Agora que a formação política parece unida e coesa, a fundação será anunciada.

"Pensamos nós que, como o partido já está reunido, vamos conseguir criar efetivamente uma fundação para nós. Vamos já anunciar daqui a pouco como vamos fazer para a criação dessa fundação", disse Carlito Roberto.

Dois dos três líderes dos movimentos de libertação de Angola já têm fundações criadas. A Fundação Dr. António Agostinho Neto homenageia o primeiro Presidente angolano e Fundação Jonas Savimbi será apresentada ainda este mês.

Holden Roberto tem sido "esquecido"

Em entrevista à DW, Cláudio Fortuna, investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade Católica de Angola, diz que já é hora de Angola ter a Fundação Holden Roberto.

Segundo o investigador, "dos três pais libertadores do nosso país, Holden Roberto tem sido de alguma forma esquecido. Também era importante revigorar a sua imagem, o seu nome e o seu legado, na medida em que dos três terá sido dos mais pacíficos."

O académico não tem dúvidas em afirmar que estas instituições têm um papel importante na eternização da vida e obra dos líderes dos movimentos de libertação de Angola. Para Cláudio Fortuna, "era importante que [estas fundações] sirvam de chavão orientador à sociedade" pois, diz, "estamos numa sociedade quase sem referências históricas”.

"Essas duas fundações que existem, e é desejável que haja uma terceira, são oportunidades para se conhecer alguns pedaços da história de Angola", conclui.