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UNITA homenageia legado de Mandela e Manifesta Solidariedade a Perseguidos Políticos

 O Grupo Parlamentar da UNITA em Angola emitiu um comunicado significativo, destacando o Dia Internacional de Nelson Mandela como um momento para refletir sobre os princípios universais de igualdade e direitos humanos.

Por: Nunes Salomão

Em comemoração no dia internacional de Nelson Mandela, o grupo parlamentar da UNITA evocou uma citação de Mandela: “lutei contra dominação branca e contra a dominação negra, defendi o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se for preciso, é um ideal para o qual estou disposto a morrer.”

O Grupo Parlamentar salientou que, este ideal continua por se realizar em Angola, por isso, é que os Deputados do Grupo Parlamentar da UNITA, reafirmam o comprometimento com a defesa da democracia, liberdade, dignidade, justiça social e prosperidade do Povo angolano.

Na data de comemoração, o Grupo Parlamentar da UNITA manifestou solidariedade à cidadã Luzia Moniz, que é perseguida e vilipendiada pelo Regime, “por orientações da Capital e aos jovens activistas e presos políticos por delito de consciência, voto de protesto contra a postura dos comandantes da Unidade de Segurança Presidencial (USP) e da Polícia Nacional (PN), que obrigaram os seus efectivos a impedir o exercício livre de direitos constitucionais de Líderes Políticos e Deputados à Assembleia Nacional

O grupo afirmou ainda que durante o último trimestre cinco questões continuaram a se destacar negativamente na vida das pessoas, das famílias e das empresas, e no debate público: a pobreza e a fome, o desemprego, a falta de transparência, as violações dos direitos humanos fundamentais e a crise institucional entre o Tribunal Supremo e o Tribunal Constitucional.

“Tendo se comprovado o quadro acima das notícias que demostram a principal agenda do Governo e que traduzem a Angola do Executivo.” Presidente da República aprova 12 milhões de dólares para actualização do sistema de ar-condicionado da nova sede da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis; Aprova ajuste directo de 135 milhões de dólares para a construção de um muro de vedação de 45 quilómetros do Bungo ao Novo Aeroporto, à razão de 3 milhões de dólares por quilómetro; Presidente da República aprova uma despesa de 15 milhões de dólares para, em regime de contratação simplificada, contratar-se aquisição de serviços e desenvolvimento do portal integrado da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis.

Enquanto isto, a Angola real da maioria dos angolanos  registou a realidade de um desemprego acima de 32% afectando maioritariamente os jovens enquanto que a execução financeira dos programas de fomento ao emprego foi em média 6%;Setenta e nove vírgula oito por cento (79,8%) dos empregados no sector informal, enquanto que no Programa de Reconversão do Sector Informal a execução orçamental do I Trimestre de 2024 foi de 3%.A par dos dados do INE referidos, Segundo o Relatório do Centro de Estudos de Investigação Cientifica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, metade da população angolana vive na pobreza, havendo mais de 17 milhões de pobres; de igual modo, o recente relatório do Banco Mundial estima que 10 milhões de angolanos passam fome;

De acordo com os dados apresentados pelo Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), aquando do início do Ano Lectivo 2023/2024, cerca de 10 milhões de crianças em todo o País encontram-se fora do sistema de educação e ensino; 

O grupo parlamentar disse ainda que a dignidade, prosperidade e felicidade são três objectivos, três valores e três resultados que importam no quadro da governação. A crescentou ainda, tudo o que o Estado tiver de fazer, se não concorrer para a concretização deste triângulo de valores, a acção do Governo, do Parlamento ou dos Tribunais não tem relevância nem utilidade na vida das pessoas. Viagens oficiais, conferências, mudanças de Ministros e Governadores, tudo isto não representa nada se não for para realizar a dignidade, a prosperidade e a felicidade das angolanas e dos angolanos.

Na visão da UNITA, as Autarquias Locais podem e devem ser criadas já, em todos os municípios. O Projecto de Lei do Grupo Parlamentar da UNITA estabelece a designação, o substrato humano e os limites territoriais para cada Autarquia municipal. Delimita, em relação ao Estado, as competências específicas das Autarquias Municipais na prestação de serviços públicos aos cidadãos.

A UNITA afirma que a proposta do Executivo, apoiada pelo MPLA, não cria as Autarquias Municipais, penas estabelece medidas de transição a adoptar. Na visão da UNITA, as Autarquias sao um Poder Novo, um poder dos cidadãos, um poder democrático, autónomo em relação ao Estado, que colabora com o Estado na administração dos assuntos públicos locais, tal como estabelece a Constituição. Na visão do Executivo, as Autarquias são um Poder Novo, sim, que vem apenas substituir as Administrações Municipais, mas cujo funcionamento deve ser condicionado e controlado pelo Executivo.

 Em declarações, a UNITA considera a Institucionalização Efectiva das Autarquias Locais uma emergência nacional para acudir a grave crise social que Angola vive. A crise de governação dos assuntos públicos locais, a falta de água nos bairros, as obras paradas, a confusão à volta dos terrenos, a crise na educação elementar, tudo isto não pode esperar por condições ideais para as Autarquias começarem a funcionar. O País está em crise e está provado que o governo central “sozinho” não é capaz. Os problemas são muitos e são complexos, exigem a contribuição de outros e novos actores, quer sejam políticos, da sociedade civil e grupos de cidadãos. A crise social exige patriotismo e sentido de Estado. Os que forem eleitos devem arregaçar as mangas e estar munidos do espírito de missão. Devem trabalhar nas condições que existirem no terreno.

“As pessoas estão com fome, com muita fome! O salário já não consegue comprar comida para um mês. A grande maioria das mulheres e dos jovens está sem emprego, os hospitais não têm medicamentos, os serviços públicos não têm papel, as pessoas estão desesperadas. O Estado tem de se concentrar na resolução desta crise. Esta crise deve ser a prioridade nacional”.

A divisão administrativa, vista por qualquer um dos lados que ela tenha, não acrescenta valor à alteração do paradigma da governação existente pelo facto de não se conseguirem resultados diferentes se as ferramentas e a prática forem sempre as mesmas.

Na perspetiva das políticas públicas, a língua inglesa possui três (3) termos distintos para se referir às diferentes dimensões que o conceito de política pode assumir: polity, politics e policy. A polity refere-se ao sistema político incluindo o sistema político-administrativo e o sistema jurídico (Governo, Parlamento, Tribunais). A politics, por sua vez, é determinado pelo jogo político e envolve os Partidos Políticos, as eleições, assim como os interesses políticos. A policy consiste na dimensão material da política, o programa do Governo e as políticas públicas.

A polity é estruturante; a policy e a politics são conjunturais. A divisão político-administrativa de um país não pode e nem deve ser determinada pelo jogo, pois envolve questões históricas, culturais, económicas, técnicas e políticas.

Como justificar que vinte e dois (22) anos depois do fim da guerra os angolanos continuem a morrer de fome? Como justificar que muitas escolas primárias estão sem carteiras? Como justificar que a maior parte das cidades e vilas está sem energia eléctrica regular e água canalizada? Como justificar e explicar que o Governo gaste mais de 12 milhões de dólares para o sistema de ar-condicionado de um prédio, mas para o Programa de Melhoria da Segurança Alimentar e Nutricional apenas previu 3 milhões de dólares, tendo disponibilizado somente 180 mil dólares? Para o Programa de Combate às Endemias igualmente previu apenas 54 milhões de dólares, tendo disponibilizado somente 3 milhões de dólares?

Esta é Angola real que nós vivemos.

O Partido do Galo Negro disse também que durante o II trimestre do corrente ano o Parlamento recebeu também o Parecer do Tribunal de Contas à Conta Geral do Estado relativa ao exercício económico de 2022 e revela que o Estado tem o seu património controlado, bem inventariado, avaliado e contabilizado, pelo que, afinal, não há necessidade de se fazerem novos inventários no quadro das tarefas prévias para a institucionalização efectiva das Autarquias Locais. O Estado sabe em que Autarquias estão localizados os bens e quanto valem. Os inventários estão feitos, quer dos bens do domínio privado como dos bens do domínio público. Parte desses bens deverão ser transferidos para as autarquias locais. Mais uma razão para não se perder mais tempo.

Não podemos esperar três anos para tirar o País da crise. Temos de fazê-lo agora. Vamos todos trabalhar juntos na aprovação de medidas de emergência para aliviar o sofrimento das famílias angolanas, em especial as mais desfavorecidas. Algumas destas medidas são a discussão aberta, patriótica e comprometida na aprovação e execução do OGE, bem como a Institucionalização Efectiva das Autarquias Locais.

Angola precisa de um Campeão da Paz Social. Angola precisa de um Campeão da Promoção e Geração de Empregos. Angola precisa de um Campeão do Combate à Fome e da Erradicação da Pobreza. Angola precisa de um Campeão da Efetivação dos Direitos, Liberdades e Garantias Fundamentais dos Cidadãos. Angola precisa de um Campeão da Transparência e do Combate à Contratação Simplificada e aos Ajustes Directos. Angola precisa de menos viagens oficiais e mais investimento na Educação, na Saúde, na Agricultura, na Indústria e na Inovação Tecnológica. Referiu.

“Estamos divididos em militantes e simpatizantes da UNITA, de um lado, e militantes e simpatizantes do MPLA, do outro lado. Mas somos todos, antes de mais nada, angolanos. A UNITA só pretende uma coisa: a liberdade dos angolanos e a sua felicidade arquitetada pelas suas próprias cabeças e pelos seus próprios braços.” – Dr. Jonas Savimbi.

 

 

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