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MOCO: "O MAIOR DESAFIO QUE ENFRENTEI NO INTERCLUBE FOI FOFOCA E FEITIÇARIA"

 Moco antigo avançado do Interclube e campeão do Girabola 2010, vencedor da Super Taça e da Taça de Angola pela equipe do Rocha Pinto, revelou em entrevista ao "Golo Válido" os desafios que enfrentou durante o tempo em que jogou pelo Interclube.

"Fui alvo de feitiçaria no Inter, sim. E não foi só por parte de pessoas que jogavam comigo, até treinador e dirigente. Eu ficava bloqueado às vezes na zona de finalização. Tinha jogos em que eu tinha medo de chutar porque sabia que iria falhar. Um colega que jogava na defesa disse na minha cara: 'Vou ver se você vai marcar aonde, estás com muita moral aqui no clube.' Mesmo assim, não mostrei a minha fraqueza no momento, mas quando cheguei em casa, eu disse à minha esposa que para mim, o Inter já tinha acabado. Fiquei com receio.



Quando dei conta, afinal, eram jogadores e o diretor de futebol que não queriam me ver ali. Descobri ainda em Marrocos, ao serviço da seleção no CHAN, que o treinador enviou uma mensagem ao meu colega dizendo: 'Vamos lixar o Moco.' Tudo estava a olho nu. Era feitiço ao vivo para ganhar jogos. Usavam óleos que cheiravam a hiena podre nos dias de jogo, davam água para os jogadores se lavarem. Uma vez, me deram um palito de fósforo por um treinador no Inter, melhor não mencionar o nome, para entrar com ele em campo. Minha forma de não rir nem andar com muita gente fez com que dissessem nos clubes que eu era malandro.

Quando fui para o Progresso, o diretor do Inter ligou para me afastarem do nada, mas lá não lhe deram ouvidos porque eu expliquei quem ele realmente era. Ele e muitos que estão no Inter já me encontraram. O Inter prefere valorizar pessoas que nunca ganharam nada lá. Eu fiz golos que contribuíram para os títulos no Inter: Girabola 2010, Taça de Angola, Supertaça. Por isso, vejo muita ingratidão nesse Inter."

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