A Administração Municipal de Luanda e o Comando Municipal da Polícia Nacional apresentaram, sábado, na capital do país, um projecto de integração juvenil, criado com o objectivo de ajudar na reintegração social e combate à delinquência juvenil, através da massificação da prática desportiva nas comunidades.
De acordo com o comandante municipal de Luanda, o projecto denominado "Stop Rixa” vai ajudar a reintegrar jovens delinquentes no mundo do desporto. Numa primeira fase, disse, vão trabalhar com as associações de judo e jiu-jitsu e depois expandir para outras modalidades.
Lázaro Conceição avançou que a ideia é identificar talentos e integrá-los no desporto e na cultura, como forma de prevenir a ocorrência de crimes. "Inicialmente, mais de 50 jovens, entre os 11 e os 16 anos, vão participar no projecto.
O superintendente-chefe explicou que a Polícia
Nacional vai trabalhar nas comunidades, de forma a identificar os jovens a
serem encaminhados às academias para reintegração. "Quem quer integrar o
filho, como forma de evitar que este siga o caminho da criminalidade, deve
dirigir-se à esquadra mais próxima, onde terá toda a ajuda necessária”,
referiu, acrescentando que a Polícia vai manter contacto permanente com os
responsáveis das academias, para garantir o devido acompanhamento dos jovens.
Além da prática desportiva, destacou, o projecto
inclui, ainda, formações nas áreas das artes. "A meta é reduzir o número
de rixas que ocorrem maioritariamente nos bairros de Luanda, com realce no do
Prenda, Rangel e Samba”, frisou.
Apoios
Durante o lançamento do projecto, realizado no Campo
Multiusos da Avenida 21 de Janeiro, no bairro Rocha Pinto, distrito urbano da
Maianga, a administradora municipal de Luanda reiterou o apoio incondicional às
famílias que convivem com jovens delinquentes.
Milca Caquesse manteve, no acto, contacto directo com
as mães de jovens que abrangeram na primeira fase do processo. "A
delinquência juvenil e as lutas de gangues são uma preocupação a nível da
província de Luanda. Queremos com esse programa ajudar a reintegrar os jovens”,
disse, além de informar que a acção vai abranger, também, as raparigas.
Satisfação
Maria de Castro, mãe de Abel de Castro, de 15 anos,
disse ter ficado satisfeita pelo filho ter aceitado o convite de participar no
projecto e assim abandonar a vida de delinquência. "Estou muito feliz por
ele sair dessa vida de crime”, disse, acrescentando que o filho é membro de um
grupo de rixas. Residentes no bairro Prenda, Maria de Castro afirmou que tem
sido muito difícil ver o filho envolvido neste meio. "Conto com toda a
ajuda, pois tenho de cuidar, também, além dele, de dois irmãos, com problemas
de saúde mental”, disse.
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