O Secretário Provincial da UNITA no Bengo, Moniz Alfredo falou em conferência de imprensa, do mau estado das terras do jacaré bangão, O clamor das populações desalojadas como consequência das inundações provocadas pelas chuvas em Caxito; A paralisação parcial das obras de construção do troço de estrada do Onzo ao Muxaluando e o conflito que opõe as populações da aldeia do Quiba, na comuna do Quixico em Nambuangongo à Administração local e/ou a empresa responsável pelas obras.
Por: redacção
De recordar que a cidade capital Caxito está a atravessar um dos momentos mais conturbados da sua história. Caxito transformou-se num verdadeiro pântano. Milhares de citadinos ficaram desalojados, as casas receberam um novo morador, a água. Sim, a água ocupou as casas, dos populares, com consequências graves para a saúde pública pelo que doenças como a cólera e o paludismo podem também encontrar morada na nossa cidade.
Aindade referir que "costumamos a dizer que governar é resolver os problemas do povo. Pois é verdade, mas governar também é prever, governar é também evitar que os problemas apareçam. Não podemos esperar que surjam problemas para podermos resolvê-los".
Se formos a revisitar a história desta cidade de Caxito, vamos encontrar registos de lançamentos de primeiras pedras para a construção de uma nova cidade de Caxito, longe da velha cidade. O que quer dizer que faz tempo que se identificou o risco de inundação desta cidade. Há muito que sabíamos todos, incluindo o próprio governo, que era preciso escolher outro sítio para construir.
As inundações não afetaram apenas o pacato cidadão, não afetaram simplesmente obras construídas em zonas de risco. Temos obras feitas pelo estado que correm sérios riscos de ficarem inoperantes e tratam-se inclusive de estruturas erguidas muito recentemente.
As populações desalojadas devem se constituir neste momento na maior preocupação do governo. Os seus locais de acolhimento carecem de quase tudo com destaque para a falta de água e energia eléctrica, ausência dos serviços de saúde, falta de escolas (as escolas onde estudavam as crianças ficaram muito distantes), falta agasalho (vivem em casotas, sem colchões nem cobertores), enfim…
Varias organizações não governamentais têm-se solidarizado com os sinistrados e a UNITA, através do seu Grupo Parlamentar não fugiu a regra. O Grupo Parlamentar da UNITA estendeu o seu abraço de solidariedade as populações que se encontram reassentadas nas Mabubas e esteve muito recentemente na Açucareira com o mesmo propósito. Obviamente que ninguém vai substituir-se ao governo que tem essa obrigação constitucional de resolver, com o dinheiro de todos nós, os problemas do povo.
O Governo deve declarar o estado de emergência ou de calamidade pública aliás, já faz tempo que devia fazê-lo, para que outras instituições sejam elas públicas ou privadas assim como organizações internacionais se necessário, sejam chamadas a intervir.
É altura do governo tomar as medidas que se impõem para acautelarmos o futuro dos habitantes de Caxito, as medidas devem ser estruturantes e profundas, sem descartar a necessidade de se projectar a construção de uma nova cidade.
A paralisação parcial das obras de construção da estrada de Nambuangongo é outro assunto que nos preocupa.
A população da aldeia do Quiba em Nambuangongo está revoltada e por esta razão as obras de construção do troço de estrada que liga a localidade do Onzo ao Muxaluando estão parcialmente paralisadas. A sua revolta decorre do facto de se sentirem prejudicados pela exploração de recursos na sua aldeia sem uma correspondente contrapartida. O povo do Quiba não está a pedir muito aliás, está a pedir o mesmo que as populações de Cabinda reclamam com a exploração do petróleo, o mesmo que os povos das lundas reclamam com a exploração de diamantes na sua região, enfim o mesmo que todos nós reclamaríamos se um determinado recurso natural fosse explorado na nossa região.
Ao que nos foi dado a conhecer, aquela comunidade fez algumas exigências logo no início da exploração, a empresa responsável assim como a administração local comprometeram-se verbalmente a oferecerem uma contrapartida aquela comunidade. De pé para a mão tudo mudou, a empresa preferiu o silêncio e a Administração, na pessoa do seu titular optou por um discurso intimidatório.
O contrato milionário para construção da estrada deve assegurar o pagamento de comissões aos governantes mas infelizmente estes não vêm no povo um parceiro e porque não o verdadeiro patrão a quem se presta contas e por isso mesmo o primeiro beneficiário de tudo que for feito.
A estrada em construção é um bem público e vai beneficiar todo o município no entanto, o Quiba não é a primeira e nem será a ultima comunidade a exigir uma contrapartida pela exploração de minerais na sua região.
Governar não é apenas mandar, governar é sobretudo ouvir e fazer aquilo que o povo quer, governar é antes de mais nada praticar a justiça. E a institucionalização das autarquias locais é a melhor via para termos governantes verdadeiramente comprometidos com o povo, governantes que prestam contas ao povo que o elege e não aqueles que mais se preocupam em agradar o chefe que o nomeou.
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