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O MANIFESTO DA UPA EM 1959: A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA.

 A União das Populações de Angola, consciente das suas responsabilidades e dos direitos do povo angolano, declara pretender atingir esta independência imediata para o povo, por meio de vias pacífica e democráticas. Ela não deixara nenhum sacrifício para tal objetivo.

O vosso dever é claro. Vós sois os mais desenraizados. Sois vós que sofreis a opressão colonial. É por isso esta razão que sois vós os mais interessados na obtenção da restauração da nação Angolana.

A pós cinco séculos, os vossos ancestrais, os vossos pais e vós mesmo estais condenados a dispender todas as vossas forças para que os colonialistas portugueses inriqueçam, Vós Crisis as riquezas e nem se quer têm o direito de aproveita-las. O vosso suor serve de grão aos colonos, o vosso sangue é segado pelo vampiro colonial e vós permaneceis na maneira e na humilhação.

A União da Populações de Angola, se engaja a por fim a este estado de coisas no território Angolano. Ela vos chama a contribuir a liquidação do colonialismo português em território nacional.

ÀS MULHERES.

As mulheres do Ghana, da Guiné, do Camarões, do Togo, do Congo e da Somália participaram no combate heróico contra o colonialismo. A hora não é mais , onde as mulheres ficam em casa e assistem ao espetáculo dos acontecimentos. Os vossos maridos não são pagos, os vossos filhos estão mal alimentados e não escolarizados, eles não são mais do que máquinas de produção e a permitir aos colonos que levem uma vida que insulta cada vez mais à miséria do povo angolano.

Vós tendes os mesmos direitos que os homens.

A União das Populações de Angola - pretende estabelecer um regime democrático que possa, sem distinção de sexo permitir a cada indivíduo desenvolver a sua personalidade e contribuir ao enriquecimento, bem como a fecundidade da nação Angolana. A maior parte do te tempo vós sois requisitadas e empregadas em trabalhos forçados, a besta colonial é imperiosa para vós, e exigem-vos trabalhos desumanos que quotidianamente vós evitam.

A União das Populações de Angola - acredita que este escândalo já durou demasiado tempo, e que a hora chegou para vos dar um futuro digno e respeitoso. Onde quer que estejais, mobilizai-vos, estejais prontas a aprender e divulgar às palavras de ordem da União das Populações de Angola. Combate o medo, a submissão dos vossos hábitos, do vosso amo, não termais. É preciso mostrar ao ocupante que vós estais conscientes da justeza da vossa causa.

CHEFES TRADICIONAIS.

A vossa posição é certamente difícil. Inconscientemente, vós servistes por muito tempo os interesses colonialistas e permitistes a exploração do povo. Embora a vossa missão de chefe seja de proteção e serviço ao povo de Angola, um certo número dentre vós, se comporta como instrumento do colonialismo. Têm permitido o recrutamento de trabalhadores forçados e apoiado a política de impostos enormes sobre grande parte dos Angolanos, o que é uma traição.

A União das Populações de Angola, não ignora às operações que vós sois objeto por parte do colonialismo, mas sabe que o grande movimento que atravessa a África, não vos pode deixar indiferente, e que vós deveis compreender que o movimento, que a hora chegou de escolherdes, entre o vosso País, os vossos filhos, vossos irmãos e os colono. É por isto que vós pedimos, que reflitais.

Durante o ano de 1960, todos os povos africanos devem reunir todos os seus esforços em vias extirpar o colonialismo de África. Os povos africanos e o povo de Angola não terão piedade dos homens que não escolham a via da  justiça e da verdade.

A partir de hoje, o povo vós julga.tudo o que fizerdes contra ele será retirado contra vós. A hora não é mais em que um europeu possa ordenar a um chefe a punição ou espancamento, cego em qualquer momento e em qualquer circunstância dum seu súbdito. O fim das arbitrariedade ecoou. Vós deveis compreende-lo.

AOS COLONOS PORTUGUESES.

A UPA vós pede para que não vos oposais a marcha da história. Alguns de vós edificais fortunas colossais em detrimento dos Angolanos.É preciso que compreendais que a hora de restituição aos Angolanos das suas terras e dos seus recursos.

Quanto aos outros, a União das Populações de Angola, diz-nos que poderão ficar em Angola em paz em conjunto conosco de modo a erguemos juntos a edificação duma República angolana democrática e social.

AO POVO E AO ESTADO PORTUGUÊS.

A União das Populações de Angola abolirá todos os estatutos de recepção instaurados pelos vossos representantes. As mulheres terão também o direito de voto.

Os privilégios serão abolidos, cada um terá o direito a instrução. O desemprego será declarado epidemia nacional e todas as forças serão utilizadas no combate a esta praga.

Todos os homens e mulheres habitantes de Angola, qualquer que seja a sua nacionalidade, sua raça e religião terão os mesmos direitos e serão respeitados a sua pessoa, tal como os seus bens.

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