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Tomás Ana ‘Etona': "Não é fácil trabalhar em condições que nós trabalhamos e temos muitos adversários”

 Com uma vasta lista de obras vendidas quase é todo mundo, ocupou vários cargos com destaque para coordenador da Brigada de Jovens Artistas Plásticos (BJA) e secretário-geral da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP). Tomás Ana "Etona" é actualmente presidente do Projecto do Centro Cultural Etona, na Ilha de Luanda e este ano prepara uma nova exposição de pinturas e esculturas.

Por: Francisco Mapanzu  e Inácio Cândido

 

Foi na Chicala 1, no seu atelier que encontramos, o artista Etona, a dar os últimos detalhes das suas obras e a orientar os seus discípulos na linguagem entre português e o kikongo. Nas suas primeiras palavras a este portal, o homem do etonismo, considera que não está magoado, e se estivesse não conseguiria trabalhar, pese embora das dificuldades e de muitos adversários que desejam ver cair, exigindo esforçar-se cada vez mais e revela que “está vivo”.

Indagado sobre o estado actual das artes plásticas no país, o artista entende que deve ser feito mais e existe crise total não só das artes, mas em todas as áreas. Uma vez que "a cultura está no estado moribundo".

Etona conta que está faltar uma formação adequada para estarmos ao nível de qualquer susbtância no nível do mundo. “A arte não está bem no país e falta o angolano desperta-se deste sono profundo”, tendo igualmente sublinhando que "Hoje as artes são assumidas pelos nossos irmãos da RDC e as instituições média e superior das belas artes não estão a corresponder com a demanda".

Em desabafo, Etona revela que o artista não pode andar entre dois caminhos: a religião e a arte, alegando que sempre haverá choque, por existirem um sentido dogmatico, acabando por deterior o conceito do desenvolvimento das nações. ”A África está infernada sobre esta prática da religião, no sentido homem africano de hoje e a arte é a primeira ser antigida com a proliferação da religião”.

Matéria prima

Questionado onde recorre para compra de matérias-primas, Etona foi perentório, sublinhando que usa troncos das acácias por ter uma longevidade, barro preto, vermelho. Conta que recentemente adquiriu madeiras vindas do Lunchanzes e Tomboco.

E sobre a próxima exposição, Etona diz que a mesma devia ter acontecido no ano passado, mas ficou conta que vai acontecer este ano, apesar de as datas e meses não estar definido. “O Etona já não é um artista qualquer e ter muitos compromissos com muita gente, este ano acontece a exposição”.

Etonismo legalizada

Enfatiza com a criação do etonismo pelo Patrício Batsikama, em livro, assegura que não pode ser artista, sem ser filosofo, quando atinge um nível intelectual maior, por ser criador, reflector, e líder de opinião. Diz que o etonismo está legalizado e possui convênio com vários países, onde as associações filosófica são órgãos de consultas destes estados de países desenvolvidos. O Etonismo chegou a este nível com vários discípulos representados por onze províncias Bengo, Benguela, Luanda, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Malanje, Huambo e Bié, etc. E no estrangeiros estão no Brasil, Alemanha e Portugal.

Quem é Etona?

Nascido a 22 de Junho de 1961 no Soyo, província do Zaire. Começou a ter os primeiros contactos com os pincéis de pinturas e arte de escultura, em 1975, quando frequentou em vários ateliers de artesãos na sua terra natal. Começou a frequentar a União Nacional de Artistas Plástica (UNAP) em 1985, enquadrando-se na Brigada Jovem de Artes Plásticas. Um ano mais tarde é eleito Coordenador da Brigada de Jovens Artistas Plásticos (BJA), Instituição ligada à UNAP. Ocupou vários cargos com destaque para coordenador da Brigada de Jovens Artistas Plásticos (BJA) e secretário-geral da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP).

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