Os partidos políticos da oposição acusam o Executivo de querer esquivar-se à realização das eleições autárquicas ao anunciar medidas que permitem que a partir do primeiro trimestre do próximo ano os cidadãos peçam contas aos administradores municipais de todo o País, nomeadamente esclarecimentos sobre como é gasto o dinheiro público.
Na opinião do membro do Comité Permanente da UNITA, Ernesto Mulato, "esta ideia é mais um exercício de não pensar nas autarquias e fazer dormir os angolanos".
"O MPLA brinca com os angolanos, pisoteia a boa vontade dos angolanos. Outros povos, quando isto acontece, saem à rua, aqui dá-se beijos aos governantes. Veremos o que se fará como pressão, de resto é brincadeira", acrescentou.
O presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, diz que esta posição tomada pelo
Executivo "é um sinal claro" de que em Angola não haverá nos próximos
anos eleições autárquicas. "Só agora é que os cidadãos vão acompanhar a
forma como é gasto o dinheiro público? o que andaram a fazer? Porque é que este
exercício só acontece agora, numa altura em que os angolanos estão ansiosos
pela realização adas autarquias este ano?", questionou o político,
frisando que não há vontade política do regime que o País realize eleições
autárquicas.
O porta-voz da FNLA, Ndonda Nzinga, diz que mesmo com esta posição do
Executivo, o seu partido vai continuar a pressionar para que as eleições
autarquias tenham lugar o "mais rápido possível" no País. "A
melhor forma de os cidadãos exigirem a prestação de contas por parte dos
administradores municipais é com a realização das eleições autárquicas",
referiu o político, questionando o porquê de só hoje, e não antes, os cidadãos
puderem exigir a prestação de contas.
Na sua opinião, Angola só poderá atingir o desenvolvimento desejado com a
realização das eleições autárquicas. Em vários pronunciamentos, os dirigentes
do MPLA têm reafirmado o compromisso de realização das eleições autárquicas,
frisando que "o partido no poder não tem medo que este pleito eleitoral
tenha lugar no País".
O ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, disse
recentemente que se encontram em construção no País mais de 70 infra-estruturas
administrativas, enquadradas na criação de condições para a implantação das
autarquias em Angola. Refira-se que os administradores municipais de todo o
País vão passar a prestar contas aos cidadãos sobre como é gasto o dinheiro
público a partir do primeiro trimestre do próximo ano.
A informação é do Coordenador do Grupo Técnico de Implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios "PIIM", Márcio Daniel. Segundo Márcio Daniel, trata-se de uma nova forma de dinamização da transparência.
"O Ministério da Administração do Território vai levar a cabo uma nova iniciativa designada por "Fórum Municipal de prestação de contas" em que os administradores municipais vão diante do soberano do município, que é o cidadão, para prestar contas sobre a execução de projectos de âmbito local", disse..jpg)
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