A rede multicaixa esteve este domingo, todo o dia, em quase toda Luanda, sem dinheiro. Os moradores dos bairros mais distantes da baixa, nomeadamente do Golfo 2, Vila de Viana, Cazenga e Sambizanga, que traziam alguma esperança de encontrar dinheiro deslocando-se para o coração de Luanda - local de maior concentração de multicaixas - não tiveram sorte melhor.
moradores da zona sul da capital, parece constituírem a camada mais agastada com a situação, havendo quem tenha cruzado a cidade de lés-a-lés e consultado mais de uma dezena de ATM, mas sem sucesso. "Venho do Cazenga, atravessei o São Paulo, a Vila Alice, o Kinaxixi até chegar aqui, na Mutamba, nem papel tive sorte de encontrar”, relatou ao Jornal de Angola Rui Olegário, electricista-auto, visivelmente decepcionado."Desde às 6 horas da manhã que procuro por
dinheiro, tendo passado pelo Aeroporto, Prenda, Bairro Azul
e Maianga, onde surpreendentemente deparei-me com
dezenas de pessoas em idênticas condições às minhas muitas delas até
provenientes de lugares mais distantes” complementou Fernanda Isabel,
professora primária.
Nas redes sociais, dezenas de
internautas deram conta dos problemas que agitaram a rede multicaixa
na capital angolana.
Em hotéis principais da capital (geralmente com
multicaixas) foram também notados
constrangimentos. "Preciso deslocar-me para os lugares
turísticos, mas sem um tostão no bolso não é aconselhável” desabafou um hóspede
de um hotel, de luxo localizado no coração de Luanda.
Contudo, os poucos ATM em serviço na Baixa
de Luanda apresentam filas enormes e empurrões ininterruptos de
perder a paciência.
O Jornal de Angola tentou contactar a EMIS, a
companhia que gere a rede Multicaixa, mas sem sucesso.
Recorde-se que em Agosto
último, ante um cenário semelhante, o administrador executivo
da EMIS, Joaquim Caniço, explicou que a situação
coincidia com o período de pico do pagamento dos salários.
Ao mesmo tempo, sublinhou que as aglomerações estão
mais relacionados com as assimetrias na implantação de caixas automáticos a
nível nacional, com uma maior prevalência em termos quantitativos no casco
urbano comparativamente aos seus populosos arredores, e menos com a
indisponibilidade total de dinheiro para dispensar.

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