O Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, discursou neste sábado durante a cerimónia de comemoração dos 53 anos da Liga da Mulher Angolana (LIMA), braço feminino do partido, onde defendeu uma maior mobilização das mulheres para a alternância do poder em Angola nas eleições gerais de 2027. Sob o lema “Mulheres Unidas para a Alternância do Poder”, o líder da oposição teceu duras críticas à governação actual, apontando a má gestão, a corrupção e o empobrecimento das famílias angolanas como sinais da falência do modelo vigente.
“Conquistada a independência há 50 anos e a paz há 23, esses dois marcos não trouxeram à mulher angolana os direitos e a felicidade prometidos”, disse Costa Júnior, denunciando que hoje “mulheres e jovens recorrem a contentores de lixo para se alimentarem”.
Num tom emotivo e combativo, o dirigente exaltou o papel histórico das mulheres na luta pela independência, destacando nomes esquecidos pela historiografia oficial e apelando à LIMA para preservar essa memória. “A história do país não pode continuar a ser escrita ignorando as mulheres que estiveram nas cadeias, nas trincheiras e na luta clandestina”, frisou, enumerando figuras femininas ligadas à UNITA cujos nomes, segundo ele, não constam da toponímia nacional.
O líder da UNITA acusou ainda o partido no poder, MPLA, de instrumentalizar as instituições do Estado e de tentar impor leis que atentam contra a soberania popular, citando decisões controversas da Assembleia Nacional e do Tribunal Constitucional. “Os deputados do partido do regime votaram contra resoluções que apenas reafirmavam princípios constitucionais, como o direito à liberdade de imprensa”, denunciou.
Em tom de apelo, Adalberto Costa Júnior exortou as mulheres da LIMA a assumirem papel de destaque na fiscalização eleitoral e na mobilização cívica rumo às eleições de 2027. “As mulheres e os jovens são maioria em Angola. A responsabilidade da mudança está nas vossas mãos”, afirmou, incentivando a formação de delegadas de lista e a educação política de base nas comunidades.
O líder do maior partido da oposição concluiu o seu discurso apelando à unidade nacional, à reconciliação efectiva e à construção de uma Angola democrática e inclusiva. “Este país tem futuro. O que nos falta é um governo patriota, que sirva o povo e respeite a sua soberania”, finalizou.
O evento decorreu em Luanda e contou com a presença de figuras da direcção
da UNITA, representantes da juventude (JURA), do Bloco Democrático, bem como de
antigas combatentes e simpatizantes da organização feminina.
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