O Presidente angolano, João Lourenço, dirigiu-se esta quinta-feira a empresários egípcios, num encontro realizado na cidade do Cairo, onde apelou ao fortalecimento das relações económicas entre Angola e o Egipto e destacou o vasto leque de oportunidades de investimento no seu país.
Durante a intervenção, João Lourenço agradeceu às autoridades egípcias pela
recepção calorosa e reconheceu o progresso notável que o Egipto tem registado
nos últimos dez anos, apontando-o como um exemplo para o continente africano.
“Quando há vontade, as coisas podem ser feitas. O Egipto é prova disso, ao
conseguir construir 24 cidades em apenas uma década”, afirmou.
O Chefe de Estado sublinhou que, apesar da longevidade das relações
bilaterais — iniciadas formalmente em 1976 —, Angola e Egipto ainda não tiraram
pleno proveito do seu potencial conjunto. “Viemos ao Cairo com o propósito de
mudar de página e recuperar em poucos anos o tempo perdido ao longo de quase
cinco décadas”, declarou.
João Lourenço recordou o impacto do longo conflito armado angolano e a
predominância do Estado na economia, que manteve o sector privado praticamente
inactivo durante anos. Hoje, garantiu, o país encontra-se empenhado em
diversificar a sua economia e promover o investimento privado, nacional e
estrangeiro, como motor do crescimento económico.
Dirigindo-se directamente aos empresários egípcios, o Presidente angolano
destacou oportunidades em sectores como agricultura, agropecuária, pescas,
indústria, turismo e mineração, realçando também o potencial inexplorado da
indústria imobiliária e das infra-estruturas. “Estamos abertos ao investimento
em todas as províncias, com foco nas menos desenvolvidas. Angola precisa de
portos, estradas, energia, hospitais, escolas e habitação – e para isso precisa
de investidores”, afirmou.
Na área da saúde, o líder angolano salientou a total dependência do país da
importação de medicamentos e vacinas, lançando um convite à instalação de
fábricas farmacêuticas em Angola. Citou como exemplo a visita feita à Gipto
Pharma, em que foi manifestado o interesse em instalar unidades de produção no
território angolano.
Com uma população de cerca de 35 milhões de habitantes, João Lourenço
explicou que Angola não só pretende abastecer o mercado interno, como também
exportar para países vizinhos. “Temos tudo o que é preciso: terra, água,
estabilidade e vontade de crescer. O que falta é o investimento”, disse.
O Presidente concluiu reforçando o apelo à cooperação económica entre os
dois países, expressando o desejo de ver Angola a seguir o exemplo egípcio de
desenvolvimento. “O que vimos aqui é a prova de que África tem presente e tem
futuro. O sucesso do Egipto é motivo de orgulho e uma inspiração para nós.”
A delegação angolana conta com a presença do director da Agência de
Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), responsável por
fornecer toda a informação técnica aos potenciais investidores interessados em
Angola.
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