Sobre “a revitalização do sector industrial” um dos principais temas da agenda principal, o presidente do MPLA, no seu discurso, não disse uma única palavra. Provavelmente, porque não é assunto de que tenha domínio.
O presidente do MPLA, João Lourenço, liderou hoje a 8ª Sessão Ordinária do Comité Central no Centro de Conferência de Belas, em Luanda, que para não variar, apesar de vazio, porque tido como “importante”, foi adoptado como instrumento de trabalho.
A agenda definida, foi a seguinte:
1. Análise do relatório do Bureau Político sobre actividades de 2024;
2. Apreciação e aprovação dos relatórios e contas da execução financeira do
MPLA;
3. Exame do relatório da Comissão de Disciplina, Ética e Auditoria;
4. Debate sobre a revitalização do sector industrial em Angola;
5. Actualização sobre a adequação das estruturas partidárias à nova divisão
político-administrativa.
Logicamente que, tendo em conta as dificuldades que o país enfrenta, a
questão principal que se pôs, logo a partida, para quem não é militante do
MPLA, era saber qual a visão do líder desse partido sobre o quarto ponto, o
“debate sobre a revitalização do sector industrial em Angola”. Gostaríamos de
saber o que pensa a direcção desse partido. Aliás, isso mesmo é referido no que
eles entenderam como:
O contexto: “Seguindo-se à recente 2ª Reunião Ordinária do Bureau Político, o encontro reflete as preocupações actuais do país, especialmente no que diz respeito à revitalização do sector industrial. Esta ênfase sinaliza um esforço concentrado do MPLA em abordar questões cruciais para o desenvolvimento económico de Angola”.
Mas, no discurso do líder: Não há nenhuma referência sobre essa matéria. Falou em “comemorar com alegria, júbilo e com os olhos virados para o desenvolvimento económico e social do país, depois de termos definitivamente ultrapassado a guerra prolongada contra inimigos externos e construído a paz e a reconciliação nacional entre nós os filhos da mesma pátria, Angola”.
Falou também, sobre o reconhecimento da Pátria dos “feitos daqueles que, em circunstâncias difíceis e perigosas, sem esperar por qualquer tipo de vantagem imediata ou recompensa, levaram a cabo acções que contribuíram não só para o derrube do colonialismo, do regime do apartheid e para a consolidação da Independência e Soberania Nacional, como também para o alcance e manutenção da paz e da reconciliação nacional, da reconstrução nacional, da diversificação da nossa economia, da criação de emprego e bem-estar social para todos”.
O presidente do MPLA falou igualmente da realização “no próximo dia 4 de Abril, Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, da outorga da Medalha comemorativa dos 50 anos da Independência Nacional, a um primeiro grupo de cidadãos nacionais que mereceram tal reconhecimento, cujos nomes já estão a ser divulgados”.
De seguida, João Lourenço ressaltou o papel desempenhado pelo seu partido, na sua adequação ao novo quadro provocado pela Divisão Político Administrativa do país, que conta com três novas províncias e 162 novos municípios. E, eventualmente, para justificar já a opção da aposta na sua cara-metade para substituí-lo, voltou a piscar o olho às mulheres. “Rendemos uma profunda homenagem à mulher angolana, pelo seu contributo na luta de libertação nacional, na reconstrução nacional, na economia no geral, mas em particular na agropecuária, na educação e ensino, na cultura e artes, no desporto, na ciência e investigação e em tudo o que contribui para o desenvolvimento integral do país” - disse. Mas, como reconheceu, já estivemos muito mal, não estamos ainda muito bem, mas também, melhor do que está, depende não da militância na OMA, mas do mérito e de maior nivelamento do desenvolvimento económico e social.
Os três últimos parágrafos do discurso do líder do MPLA, foram dedicados “a Agenda Política do Partido para o corrente ano”.
Sobre “a revitalização do sector industrial” um dos principais temas da
agenda principal, o presidente do MPLA, no seu discurso, não disse uma única
palavra. Provavelmente, porque não é assunto de que tenha domínio.
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