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Caso AGT: É tão ladrão quem vai à horta como quem fica à porta - Rui Kandove

 Os manuais de desenvolvimento psicomotor são unânimes quanto à necessidade de os país instruirem os seus filhos, desde muito cedo, o senso de responsabilidade. É na infância que os pequenos começam a ter a noção de independência imitando, regra geral, o comportamentos das pais.

Por isso julga-se fundamental que os adultos dêem bons exemplos aos mais novos. Não há duvidas de que ensinar os filhos a desenvolver a responsabilidade é um dos maiores desafios dos pais.

As crianças devem aprender a cuidar de seus pertences, a responder pelos seus actos e a cumprir obrigações – todas, é claro, de acordo com a idade e responsabilidade.

Lidar com os desafios e as frustrações da vida é o antídoto para sobrevivência no Mundo dos adultos. Ora, isentar uma criança da consequência de um acto não é educativo.

A ideia é fazer com que ela compreenda que tal atitude não é positiva e que ela deve evitá-la no futuro.

Embora as ideias acima partilhadas estejam disponíveis em qualquer manual mais ou menos decente que fale da educação dos filhos, todo o responsável ou pessoa adulta, tem a noção perfeita da necessidade de responsabilização dos mais novos. A intenção nunca é puni-los, apenas protegê-los de um mal maior, no futuro que está logo à esquina. Todo esse palavriado é para dizer o seguinte: é desonesto, irresponsável e não revela o mínimo de empatia como o povo, defender a não exoneração da Ministra da Finanças. Mantê-la no cargo depois do escandaloso roubo de 7 bilhões de Kwanzas na AGT, uma unidade dependente de si, não faz qualquer sentido. O ponto é, a senhora é a responsável máxima do sector. E se quisermos ser mais rigorosos, pensaremos nos seguintes termos:

1-Se não sabia o que estava a acontecer na AGT, é incompetente, o que naturalmente contrasta com toda sapiência que dizem ser possuidora.

2-Se sabia e fez vista grossa (o que é pouco provável) é conivente. Ora, não tendo uma terceira linha, as duas desembocam no mesmo sentido, ou seja, a Ministra deve sair, preferencialmente a seu pedido. Assim, protege-se , protege o partido (MPLA), o Governo e a imagem da Instituição .

Deixar passar um lapso tão danoso como este é o mesmo que criar uma criança sem o senso de responsabilidade. É preciso ensinar-lhe que desatenção como a que ocorreu, tem consequências sérias. Portanto, sequer é avisado as pessoas de costume tentarem evitar o óbvio(estariam a induzir o Presidente a um erro colossal). O Presidente pode ter a opção de não demitir a ministra, claro, faz parte da sua discricionaridade. Contudo, saberá, no futuro, se a opção produzira melhoras ou pioras no seu legado enquanto o mais alto mandatário da República de Angola.

 

 

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