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Adalberto destaca necessidade de reformas e alternância política no ano da unidade nacional

 O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, deu início à cerimônia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo com um discurso que abordou os desafios atuais de Angola, destacando a necessidade urgente de reformas políticas e sociais no país.

A cerimônia, que contou com a presença de dignitários, membros da Frente Patriótica Unida, representantes de partidos políticos, da sociedade civil, autoridades religiosas e tradicionais, além de jornalistas e membros do corpo diplomático, teve lugar no último dia de janeiro, em um momento de reflexão sobre os obstáculos enfrentados pelo país e os passos necessários para superá-los.

Costa Júnior destacou que o mês de janeiro foi um período de intensas ocorrências que exigem sinergias coletivas para buscar soluções em diversas áreas cruciais, como fome, educação, saúde, saneamento básico e segurança. Em particular, ele mencionou a crise da cólera e a contínua desvalorização do kwanza, que impactam diretamente a estabilidade das famílias e empresas angolanas.

Unidade Nacional e Alternância do Poder

O líder da UNITA reiterou a urgência do fortalecimento das instituições do país, especialmente a Assembleia Nacional, que, segundo ele, precisa retomar seu papel central como fiscalizadora e reformadora da Nação. Costa Júnior também chamou atenção para a necessidade de recuperação do sistema judiciário, considerando-o vital para o futuro de Angola.

“Um país sem justiça não tem futuro”, afirmou Costa Júnior, enquanto alertava para os riscos de instabilidade política na região, mencionando o crescimento dos golpes institucionais em África e outros lugares do mundo, como na Venezuela e Moçambique. O líder da UNITA enfatizou que a comunidade internacional deve aplicar sanções contra governos ilegítimos e não reconhecer governos formados por processos eleitorais não democráticos.

A Política Externa e os Desafios Regionais

Costa Júnior também abordou os desafios da África Austral, especialmente a falta de um Parlamento Regional permanente, o que, segundo ele, atrasa o desenvolvimento da região. Ele fez um apelo para que as Forças Armadas Angolanas não sejam envolvidas em conflitos internacionais e que a Constituição do país seja respeitada.

Além disso, Costa Júnior reafirmou a importância de fortalecer as instituições africanas, como a União Africana e o Parlamento Pan-Africano, e destacou a necessidade de uma maior participação da sociedade civil no processo de tomada de decisões políticas. Ele criticou a falta de democracia participativa em Angola e afirmou que apenas com uma mudança política significativa e com a alternância do poder o país poderá alcançar as reformas necessárias.

Desafios Internos e Propostas de Reforma

Em relação ao contexto interno de Angola, Costa Júnior apontou as causas das dificuldades do país, que, segundo ele, não podem ser atribuídas apenas à guerra, mas sim à má governança, à corrupção e à falta de vontade política para realizar as reformas que a nação precisa. Ele listou algumas das reformas essenciais que a UNITA propõe para o país, como a revisão da Constituição, a despartidarização das instituições públicas, a reforma da administração pública e a criação de autarquias locais.

50 Anos de Independência

O líder da UNITA também fez referência aos 50 anos de Independência de Angola, lembrando que o país ainda não alcançou o progresso esperado. “A má governação e a recusa em realizar reformas são as grandes causas das nossas dificuldades”, disse Costa Júnior, enfatizando que a UNITA tem trabalhado em diversas frentes, incluindo a apresentação de iniciativas legislativas que visam restaurar os princípios democráticos retirados de diversas leis.

O Futuro da UNITA e do País

Costa Júnior finalizou seu discurso reafirmando que a UNITA está pronta para assumir a responsabilidade da alternância política, e que o XIV Congresso Ordinário da UNITA, previsto para este ano, discutirá o modelo que levará o partido às eleições de 2027. Ele ressaltou que o partido está comprometido com os valores de Patriotismo, Democracia, Respeito pelos Direitos Humanos, Liberdade, Justiça Social, Solidariedade e Ética, valores que, segundo ele, são inalienáveis e fundamentais para o progresso do país.

Ao final, o líder da UNITA propôs um brinde a Angola, à Unidade, à Estabilidade e ao Desenvolvimento, expressando sua confiança no futuro do país, com uma governação que pense no bem-estar de todos os angolanos.

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