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Tribunal da Comarca do Cuango condena a cinco anos de prisão activista do Protectorado encontrado com fascículo da organização

Um cidadão identificado por Cláudio Miguel Muatxinganji foi nesta nesta segunda-feira, 27, condenado a cinco anos de prisão efectiva, pelo juiz do Tribunal da Comarca do Cuango, província da Lunda-Norte, após ser encontrado em sua posse com um manifesto do autodenominado Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé.

Segundo o secretário-geral do movimento, no dia 30 de Junho de 2024, Cláudio Miguel Muatxinganji, de aproximadamente 25 anos, foi detido no interior de uma residência, na vila mineira de Cafunfo, onde se encontrava a render sentimentos de pesar a uma família enlutada e levava consigo um manual contendo historial da Lunda.

“Quando a Polícia do MPLA surpreendeu os familiares do óbito, e sendo ele conhecido com um fascículo que continha história da Lunda, foi detido e conduzido à esquadra, deixando todos que alí se encontravam”, contou.

Dados em posse do Club-K avançam que, após a detenção do activista do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé, os agentes da corporação que estiveram na operação, voltaram à casa onde Cláudio Miguel foi detido e levaram vários pertences.

O arguido ficou detido durante sete meses em prisão preventiva com o processo n.º 170/24-B, acusado de crimes de rebelião e associação criminosa, facto que inquieta o movimento e a defesa.

“A pergunta que não se cala é se rebelou contra quem? Uma pessoa pode ser designada associação?”, questiona Fiel Muaco.

Fiel Muaco descreveu com “tristeza” que, depois de seis meses de prisão preventiva, “no dia 19 de Dezembro de 2024, coercivamente queriam que fosse julgado sem notificação aos seus advogados”, o que de acordo com o responsável do Movimento do Protectorado “veio a acontecer no dia 13 de Janeiro de 2025, cuja sentença condenatória foi lida no dia 27 deste mês”.

No acórdão, o juiz de garantia, Merc Teófilo Baptista retirou o crime de rebelião e prevaleceu o de associação criminosa. “Dizem que havia recebido ordens superiores para condenar o jovem, sem fundamento, com uma pena de cinco anos de prisão efectiva”, lamentou.

Segundo Muaco, o juiz da causa “não respeitou as alegações, nem a contestação dos advogados de defesa”, o que para ele “não deixa margem de dúvida de que foi julgamento encomendo”.

“Desde 2008 que começaram as prisões e condenações, essa é a maior pena de todos processos contra os activistas do Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe”, disse o dirigente do MPPLT, para quem “não é com esse tipo de comportamento que vai se construir uma sociedade sadia. É necessário o diálogo como via convencional na resolução de conflitos”.

“Pedimos a todos que se sentem humanos que condenemos os comportamentos que disvirtualizam as leis angolanas e internacionais”, frisou, acrescentando que se trata de “uma sentença injusta, que acaba de ser ditada pelo juiz do Tribunal do Cuango, por ser conotado como activista do Movimento do Protectorado Português Lunda Tchokwe”, disse.

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