A sensibilização sobre as medidas de prevenção e combate ao surto de cólera, nos bairros Paraíso e Belo Monte, em Cacuaco, província de Luanda, continuam a contar com o apoio dos Agentes de Desenvolvimento Comunitário e Sanitário (ADECOS) e escuteiros, informou, domingo, o director municipal da Saúde.
Luís Horácio Gomes disse que o plano de resposta de controlo
para o corte de transmissão da epidemia tem, igualmente, apoio de Organizações
Não-Governamentais (ONG) , cuja colaboração está a contribuir
significativamente na consciencialização das pessoas sobre o perigo da
doença.
“Estamos a trabalhar com os ADECOS, ONG, escuteiros e profissionais da saúde. Além da sensibilização e mobilização, ensinam, também, os cuidados de prevenção da doença. Estamos a tomar algumas medidas, com a distribuição de hipocloreto”, garantiu o director municipal.
Segundo o responsável, os ADECOS actuam como
intermediários entre a administração pública e as comunidades, sublinhando que
são seleccionados no seio da população, com base na idade, formação, capacidade
de comunicação e idoneidade.
“Algumas medidas estão a ser tomadas no terreno. Vamos
continuar com o plano de contingência”, assegurou o responsável.
De acordo Luís Horácio Gomes, com a distribuição de água
tratada para a comunidade das zonas afectadas e a partilha do hipocloreto para
desinfectar, é possível alcançar resultados positivos e diminuir os
riscos de propagação do surto de cólera nos dois bairros
epicentros da doença, Paraíso e Belo Monte.
O director anunciou, também, a realização de uma acção
formativa para reforçar o grupo de profissionais da Saúde, constituídos pelos
técnicos da Direcção Municipal de Cacuaco, efectivos da Polícia Nacional,
Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB) e das Forças Armadas Angolanas
(FAA).
Prevenção nas escolas
As medidas de prevenção e combate à cólera abrangem as
diferentes instituições de ensino escolar do município de Cacuaco, com realce
para as do bairro Paraíso e Belo Monte, garantiu, ontem, ao Jornal de Angola, o
director municipal da Educação.
Mateus Dala disse que os alunos estão a ser orientados pelos
professores para levarem, a partir de casa, água tratada numa garrafa
de um litro, lavar as mãos com água e sabão constantemente e evitarem alimentos
crus ou mal cozidos.
O uso de água potável fervida ou clorada, manter limpos
os utensílios de cozinha e mesa, são, entre outros, os conselhos
diariamente transmitidos aos alunos, afirmou.
O responsável disse, também, que todos foram
aconselhados a purificar a água com hipoclorito de sódio, manter a higiene
pessoal, cortar as unhas, evitar brincar em lugares com lixo e tomar banho com
água limpa e sabão.
“Estamos a reforçar o abastecimento de água nas escolas. É verdade que nem todas as escolas têm água. Ali onde não há água, estamos a sensibilizar para cada aluno trazer consigo uma garrafa de água de casa”, declarou, anunciando que esta semana começa uma acção formativa para os directores e professores dos estabelecimentos de ensino sobre a prevenção contra a doença.
Mateus Dala garantiu que as precauções estão generalizadas em
todas as escolas dos bairros Paraíso e Belo Monte, devido a um trabalho levado
a cabo pela Administração Municipal de Cacuaco.
À entrada de algumas escolas, no bairro Paraíso, foram
colocadas baldes com água desinfectada com hipoclorito para a lavagem das mãos.
No epicentro do surto de cólera, foram instalados vários
tanques de água tratada com capacidade para 10 mil litros e são abastecidos
diariamente por camiões cisternas.
País regista 41 casos de cólera nas últimas 24 horas
O Ministério da Saúde informou, ontem, que o país registou,
nas últimas 24 horas, 41 novos casos de cólera, com um cumulativo agora de 576
desde o inicio do surto, com idades compreendidas entre 21 e 81
anos, dos quais 306 do sexo feminino e 270 do sexo masculino.
Segundo o comunicado de imprensa a que o Jornal de
Angola teve acesso do Centro de Processamento de Dados do Sistema de Vigilância
Epidemiológica da Direcção Nacional de Saúde, foram registados na província de
Luanda 21 casos , Icolo e Bengo 6 , Bengo 13 e Malanje
reportou um caso.
O boletim informa, igualmente, a ocorrência de 29 óbitos, 20
dos quais na província de Luanda, seis no Bengo e três em Icolo e
Bengo. O grupo etário mais afectado é dos 2 aos 9 anos, com 152 casos e 10
óbitos.
O Ministério da Saúde sublinha, ainda, que o aumento de casos
identificados se deve à intensificação das buscas activas porta-a-porta.
Por outro lado, apela à colaboração dos cidadãos para
informarem à s autoridades sanitárias quando detectarem um doente com os sinais
da doença.
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