A criação de mais postos de trabalho, melhoria dos serviços sociais e exploração dos recursos naturais locais constam das principais vantagens da nova Divisão Político-Administrativa, de acordo com os depoimentos dos sete administradores interinos das novas municipalidades da província do Cuanza-Norte.
Esta posição foi manifestada, segunda-feira, na sede do
Governo, em Ndalatando, durante um encontro dos administradores interinos com o
governador do Cuanza-Norte, João Diogo Gaspar, em que foram apontadas as
principais áreas de actuação das novas administrações.
Na ocasião, a administradora municipal interina de Cerca, Adelaide Pedro, disse que a região que dirige detém um forte potencial de exploração de madeira em toro, produção de citrinos e outras culturas agrícolas, que se bem explorados podem contribuir para a autonomia económica do novo município, com benefícios palpáveis para a região.
Para Adelaide Pedro, a região precisa de forte investimento
para a recuperação das vias secundárias e terciárias, de modo a permitir o
transporte de bens e serviços, para dentro e fora da localidade que dirige.
O responsável interino do novo município do Luinga, Jetro Tango, acredita que a nova Divisão Político-Administrativa vai gerar mais empregos com a criação de novas infra-estruturas, que estarão disponíveis à população, principalmente nos domínios da Educação e Saúde.
Jetro Tango propôs ao Governo a necessidade de atracção de
investimento para a reabilitação do perímetro irrigado do Luinga, com
particular destaque ao cultivo de arroz e a recuperação da respectiva fábrica
de descasque, tendo em conta a diversificação da economia da localidade e a
geração de rendimentos para as famílias, através da criação de novos empregos e
pequenos negócios.
O município do Luinga, disse o administrador interino, possui
54 bairros, que precisam de novos centros de tratamento e captação de água
potável, além da criação de serviços de telecomunicações, que permitam a
dinamização da telefonia móvel e pesquisa de matérias académicas no seio dos
estudantes.
A existência de 61 fazendas agro-pecuárias, referiu, cujos
rendimentos são insignificantes, tendo em conta a extensão das terras ocupadas,
deviam ser atribuídas a outras pessoas com maior capacidade financeira para a
respectiva gestão.
Orlando Congo, que exerce o controlo administrativo
provisório da municipalidade de Caculo-Cabaça, antes pertencente à Banga,
revelou que aquela região detém um vasto potencial de inertes, que caso sejam
explorados na plenitude, pode contribuir de maneira significativa para a
arrecadação de receitas para os cofres do Estado.
Vasto potencial de Massangano
Com uma extensão de 1.776 quilómetros quadrados, a região de
Massangano, também elevada à categoria de município, é uma das parcelas da
província do Cuanza-Norte que pode despontar economicamente, em virtude de
possuir diamantes, ferro, inertes, além da existência do rio Cuanza e 25 bacias
hidrográficas que garantem pescado durante todo o ano.
De acordo com o administrador interino de Massangano, Manuel
Simão, a exploração sustentável destes recursos podem catapultar a região como
um dos pontos de maior interesse económico do país, através das várias
oportunidades de emprego que se podem criar com o surgimento de novas empresas
mineiras e de pesca.
O responsável revelou, ainda, que em função da elevação da
comuna à categoria de município, o Governo Central, com a participação do
provincial, contratou uma empresa que, dentro de dias, começa o trabalho de
asfaltagem dos cerca de 20 quilómetros do troço que liga a comunidade à Estrada
Nacional 230-A.
Manuel Simão destacou, também, a necessidade da construção de
um hospital regional na sede do novo município e um centro de saúde em
Cassoalala, tendo em conta os mais de 20 mil habitantes existentes na
localidade.
Governador provincial repudia comportamentos especulativos
O governador do Cuanza-Norte, João Diogo Gaspar, repudiou o comportamento reprovável de alguns funcionários das novas administrações, que a nível das redes sociais especulam nomes que, supostamente, foram nomeados para ocupar os cargos de administradores dos sete municípios criados à luz da nova Divisão Político-Administrativa.
Para João Diogo Gaspar, os funcionários públicos devem
apresentar postura e comportamentos dignos de realce, para merecerem a
confiança do povo e das entidades governamentais.
“Não é normal que um administrador comunal venda um espaço
destinado à agricultura a mais de duas pessoas, ou passe documentos à margem
das normas”, deplorou.
O governador disse, ainda, que independentemente de quem
venha a ser nomeado para o cargo de administrador municipal, o Governo conta
com todos os profissionais actuais para continuarem a ajudar a província a
crescer do ponto de vista económico e social.
Ao abrigo da lei nº 14/24, ligada à Divisão
Político-Administrativa, a província do Cuanza-Norte conta, desde 1 de Janeiro
deste ano, com 17 municípios, ao contrário dos 10 anteriores, nomeadamente
Caculo-Cabaça, Aldeia Nova, Cêrca, Tango, Luinga, Terreiro e Massangano.
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