O partido angolano UNITA considera que a eleição de Donald Trump vai ter “um peso significativo” nas relações entre os Estados Unidos e Angola que nos últimos meses têm estado a profundar-se, visão essa que não e partilhada por analistas e pelo governo angolano.
O deputado da UNITA, Joaquim Nafoia, disse estar convicto que o governo angolano vai receber uma lição porque, para ele, “os que fazem golpes constitucionais violando leis, vão ter que pensar duas vezes e os corruptos também, a vitória de Donald Trump é uma derrota para os regimes de países africanos que o Presidente Joe Biden protegia”.
O vice-presidente da segunda comissão de defesa e segurança do Parlamento, acrescentou que a visita do Presidente americano a Angola no mês de dezembro, já não tem “um peso significativo” porque no seu lugar está outra pessoa que "não tem nem a sua visão estratégica para o mundo nem a sua visão para o futuro dos Estados”.
“Joe Biden tem que conversar com Donald Trump, especialmente sobre o Corredor de Lobito, este processo tem que ser revisto porque o novo Presidente poderá ter outra visão”, concluiu Nafoia, deputado da UNITA.
Mas Jaime Azulay, jornalista e jurista angolano, manifesta-se esperançoso que os compromissos económicos assumidos por Joe Biden serão honrados pelo Governo de Donald Trump apesar de no seu anterior mandato Angola não ter estado na lista de prioridades do seu Governo.
“Há sempre aquela esperança de que os EUA nas suas relações internacionais afirmem sempre que priorizam os seus interesses permanentes e não dos seus amigos ou inimigos”, disse.
A mesma opinião é partilhada pelo sociólogo João Lukombo Nzatuzola para quem as actuais relações económicas entre Angola e os EUA, onde se destaca o Corredor do Lobito, não serão em princípio beliscadas com a entrada em cena de novos actores na Casa Branca.
“Só se existirem outros motivos subjectivos que ultrapassem as razões de Estado”, disse o académico angolano.
O ministro angolano dos Transportes, Ricardo de Abreu,
disse por seu turno que o atual nível de relações com os Estados Unidos deverá
ter continuidade no Governo Donald Trump por incluir “questões de natureza
económica, da preservação do clima, do ambiente e da transição energética que
são muito mais efectivos do que sensibilidade política”.
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