A euforia tomou conta de muitos (e por via das tpas então), com o anúncio feito pelo Chefe, sobre a vinda a Angola da selecção de futebol da Argentina, para defrontar os Palancas Negras, nos festejos dos 50 anos de Independência, em 2025.
Muito bom, muito bonito, não é mau, pobre também tem o direito de sonhar que é rico, e não fica mal tirar fotografias com gente que está melhor.
Mas a gestão de um Estado não se faz só tendo como argumento o eu quero, eu
gosto e vou fazer show. Há perguntas que nenhum dos entusiastas fez, mas são
importantes. Como as seguintes:
1. Quanto custará a vinda da selecção da Argentina a Angola?
2. Quem assumirá essa despesa? O Estado? Algum patrocinador? A bilheteira e
a publicidade? Ganhos com o turismo? Qual é a previsão de receitas? Fez-se já
algum estudo?
3. Qual será o retorno?
4. Se for o Estado a arcar com todas as despesas, justifica-se num paÃs com
tanta fome e miséria?
Repito: não tem mal nenhum que um pobre sonhe alto. Mas, pensar é uma
coisa, realizar o sonho é outra. E para quem tem dificuldades até para pagar
salários, o que já nos apontam como eventos para assinalar os 50 anos de
independência, não é para quem vive de endividamento para satisfazer as suas
necessidades básicas.
E tal como nas eleições, já estou a ver mais uns tantos ricos com os rios
de dinheiro que jorrarão do Saco Azul. E aqueles jovens, muitos deles sem
emprego, com dificuldades de acesso ao Ensino, sem comida em casa, bateram
palmas.
Alguém disse, que "o futebol é o ópio do povo". Arrasta multidões,
sim. E o povo encherá a barriga vendo a selecção da Argentina. Por algum tempo,
o pobre estará anestesiado com as imagens de Messi, Di Maria e companheiros. E
isso será um ganho, para quem dá o show.
Começou o filme rumo a 2027.
0 Comentários