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Angola precisa de mais apoio para enfrentar alterações climáticas

A adaptação às alterações climáticas é uma das prioridades ambientais de Angola, defende o presidente da Associação Ambiental Minuto Verde - Quercus Angola, que espera que a cimeira do clima contribua para mobilizar apoio internacional.

adaptação às alterações climáticas é uma das prioridades ambientais de Angola, defende o presidente da Associação Ambiental Minuto Verde - Quercus Angola, que espera que a cimeira do clima contribua para mobilizar apoio internacional.

Numa antecipação à 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), que decorre entre 11 e 22 de novembro, em Baku (Azerbaijão), Rafael Lucas, espera que Angola consiga, na cimeira do clima assegurar o financiamento e o apoio internacional para implementar medidas de mitigação e adaptação e fortalecer a capacidade de monitorização e resposta aos desastres ambientais.

Esta cimeira é considerada crucial para serem alcançados compromissos de redução de emissões até 2030 e para aumentar o financiamento climático. "[Angola] tem sido fortemente afetada pelas alterações climáticas, especialmente nas regiões do sul e sudoeste onde as províncias como Huíla, Cunene, Namibe e Cuando Cubango enfrentam situações de seca severa, o que tem provocado escassez de água e alimentos com impacto na agricultura e segurança alimentar", destacou o ambientalista.

Em contrapartida, o norte do país tem enfrentado eventos de chuvas intensas, "resultando em enchentes que danificam infraestruturas e afeta negativamente a qualidade de vida das comunidades locais", frisou o líder da Organização Não-Governamental (ONG).

"Os efeitos climáticos agravam os desafios sócio-económicos já existentes no país, agudizando a pobreza e o desemprego", acrescentou o responsável da Minuto Verde. Para mitigar esses efeitos e investir noutras prioridades como a conservação da biodiversidade e promover as energias renováveis, Angola tem vindo a adotar medidas como o plano de adaptação que inclui projetos de restauração de ecossistemas e promoção de práticas agrícolas sustentáveis, adiantou Rafael Lucas.

"O país trabalha para expandir o uso de energias renováveis, especialmente energia solar e hídrica, visando reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e diminuir a emissão de gases com efeito de estufa", referiu, mencionando igualmente os investimentos na capacitação técnica para monitorização do clima. Além disso, o executivo tem procurado parcerias internacionais que possam apoia financeiramente a execução de programas ambientais de reflorestação e proteção de ecossistemas. No entanto, para o ambientalista, não é suficiente.

"Precisamos fazer mais para enfrentar os desafios urgentes que Angola tem vivenciado no âmbito das questões ambientais. Estas ações demonstram o compromisso de Angola em enfrentar as questões climáticas, embora haja necessidade de mais recursos e apoio externo para alcançar resultados duradouros", sublinhou.

A cimeira que juntará em Baku, capital do Azerbaijão, representantes de 197 países e da União Europeia,  realiza-se numa altura em que as recentes tempestades que provocaram mais de duas centenas de mortos em Espanha são exemplo do agravamento de fenómenos climáticos e meteorológicos extremos que justificam a necessidade de acelerar políticas que travem o aquecimento global.

O último relatório das Nações Unidas sobre emissões de gases com efeito de estufa (UN Emissions Gap Report 2024) prevê um aquecimento global de 3,1 graus celsius até ao final do século, caso se mantenham as políticas atuais e os governos não assumam compromissos mais ambiciosos de redução de emissões. A COP29 ficará marcada pela ausência dos presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, bem como da presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, entre líderes de vários países que tradicionalmente participam nas negociações. A delegação angolana vai ser encabeçada pela vice-presidente, Esperança da Costa.

 

 

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