O desfecho do processo eleitoral para o cargo de Secretário Provincial da JMPLA na provÃncia do Cunene está a ser interpretado em meios da organização como uma derrota para o lÃder nacional da organização, Crispiniano Vivaldino Evaristo dos Santos, que viu o seu candidato a ser derrotado nas urnas durante a IX Assembleia Provincial Ordinária de Balanço e Renovação de Mandatos, realizada no passado domingo, 13.
Natural do Cunene e antigo primeiro secretário
provincial, Crispiniano dos Santos impôs na corrida ao seu cunhado, Mário
Castelo Branco, que perdeu por 37 votos contra 289 votos de Tyikalepo Naikete,
que era, até pouco tempo, o primeiro secretário municipal da Cahama.
Em fim de mandato como lÃder nacional da JMPLA, Crispiniano dos Santos é
acusado de, antes de abandonar o cargo, querer controlar a organização. Para
além de impor candidaturas no comitê provincial do Cunene, ele está igualmente
a impor um candidato, Justino Capapinha, para o seu lugar como secretário
nacional, cujo ato eleitoral acontece no congresso de novembro.
Tem sido chamado a atenção por estar a violar a diretiva
07/CN/2024, que regula todo o processo eleitoral. Na sua qualidade de
coordenador da comissão nacional preparatória do evento, é exigido a
Crispiniano dos Santos ética e imparcialidade. De acordo com apurações, o mesmo
tem estado a ferir as normas. Recentemente, enviou mensagem (que o Club-K teve
acesso) aos secretários provinciais para que apoiem Justino Capapinha.
Concorrem ao cadeirão máximo da organização três candidatos; porém, os
estatutos estabelecem que devem ser apenas aprovados dois para o congresso.
Está prevista uma reunião decisiva agendada para o dia 19 de outubro para a
escolha dos dois potenciais candidatos. Por outro lado, Crispiniano dos Santos
é citado como tendo orientado a secretária para o departamento de Relações
Internacionais do Secretariado Nacional da JMPLA, Helena Chiwisa, a coagir os
membros do comitê nacional da organização na diáspora a votarem na validação da
candidatura de Justino Capapinha nesta reunião do dia 19.
A dedicação que Crispiniano dos Santos aplica na candidatura de Justino
Capapinha (na foto ao lado) é justificada como sendo para não só controlar a
organização, mas para manter alguns interesses patentes. Crispiniano é
igualmente deputado à Assembleia Nacional, e ao ter Capapinha como seu
preferido substituto, ele tem a garantia de que, depois de 2027, o seu nome
ainda poderá constar nas listas da JMPLA como candidato a deputado, e com isso
ir para um segundo mandato parlamentar. Outra razão apresentada está ligada aos
fundos das atividades. Ele terá mobilizado o seu financeiro, Pinto Matamba,
para também apoiar a candidatura de Justino Capapinha.
Crispiano dos Santos propôs também a alteração dos estatutos da JMPLA, para mudar os critérios de idade para candidatos à liderança da organização, sendo agora a idade de 35 anos ao invés de 30. Com isso, ele fica igualmente salvaguardado de vir a se alistar nas listas de candidatos a deputados à Assembleia Nacional por esta organização, caso o seu candidato, Justino Capapinha, saia vencedor no processo eleitoral.
O principal obstáculo de Crispiniano dos Santos é o candidato Adilson Amado
Marmane Hach, proveniente da provÃncia do Namibe, que tem vindo a galvanizar
apoios internos. Tito Cambanji e Wankana de Oliveira, dois influentes quadros
da organização, terão declarado apoio a Adilson esta semana, por meio de
mensagens que circulam nas redes sociais. O terceiro candidato, Luty Hermenegildo
Macuntina Afonso, é membro da comissão de disciplina da JMPLA. A candidatura de
Luty Afonso, segundo apurações, não representa ameaça a Crispiniano dos Santos,
por ele não estar a fazer campanha e ter desaparecido desde que submeteu o
processo para entrar na corrida eleitoral.
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