A hipertensão arterial, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão nas artérias, tornou-se um problema crescente de saúde pública em Angola. Este mal atinge uma parcela significativa da população e, devido à sua natureza silenciosa, pode passar despercebido até que suas complicações mais graves, como acidente vascular cerebral (AVC) comumente chamado de TROMBOSE, insuficiência cardíaca ou renal, já estejam presentes. Em um país onde os desafios de infraestrutura e acesso à saúde são evidentes, a hipertensão arterial agrava ainda mais a crise de saúde pública, e seu controle exige uma intervenção coordenada, tanto no nível do governo quanto no da população.
Fatores Contribuintes para o Aumento da Hipertensão
em Angola
Nos últimos anos, Angola tem passado por rápidas mudanças
sociais e econômicas, resultando em um estilo de vida cada vez mais
ocidentalizado. Com a urbanização acelerada, a alimentação inadequada e o
aumento do sedentarismo têm se tornado fatores determinantes no crescimento dos
casos de hipertensão. As dietas ricas em sal, açúcar e gorduras saturadas,
combinadas com a falta de exercícios físicos regulares, estão diretamente
relacionadas ao aumento da pressão arterial. O consumo excessivo de álcool e o
tabagismo também são práticas cada vez mais comuns entre a população jovem e
adulta, o que agrava o quadro geral.
Além disso, a falta de conscientização sobre a doença e a limitada educação em saúde fazem com que muitos angolanos não compreendam os perigos da hipertensão até que as complicações sejam graves e, muitas vezes, fatais.
A Gestão da Hipertensão pelos Serviços de Saúde
Os serviços de saúde em Angola enfrentam desafios significativos na gestão de
doenças crônicas, como a hipertensão. Embora existam algumas políticas de saúde
que tentam abordar a questão, na prática, o sistema de saúde pública ainda luta
para fornecer serviços adequados e contínuos para o diagnóstico, monitoramento
e tratamento dessa condição. A falta de acesso a exames periódicos e a
medicamentos acessíveis é uma realidade para grande parte da população,
especialmente nas áreas rurais e nas periferias urbanas, onde os serviços de
saúde são escassos.
A falta de equipamentos adequados, como esfigmomanómetros (aparelhos para medir
a pressão arterial), e a escassez de profissionais treinados na detecção e
tratamento precoce da hipertensão limitam a eficácia do combate à doença. Outro
fator crucial é a ausência de uma política nacional sólida de rastreamento de
hipertensão, que poderia identificar e tratar a doença em estágios iniciais,
antes que se manifestem complicações severas.
Falta de Prevenção e Educação em Saúde
Um dos aspectos mais críticos na luta contra a hipertensão em Angola é a falha
na implementação de programas efetivos de prevenção e educação em saúde. O
controle da hipertensão não depende apenas de tratamento médico, mas
principalmente de práticas preventivas que envolvem mudanças no estilo de vida
e no comportamento da população. No entanto, as campanhas de conscientização
sobre os riscos da pressão alta são limitadas e muitas vezes ineficazes.
Há pouca ênfase na promoção de uma alimentação saudável e na prática regular de
atividade física. Além disso, a educação sobre o impacto do consumo de sal e
álcool excessivos e os riscos associados ao tabagismo é praticamente
inexistente em grande parte das comunidades. A ausência de programas contínuos
de educação em saúde deixa a população desinformada e vulnerável, perpetuando
comportamentos de risco que poderiam ser evitados com simples intervenções
preventivas.
Críticas à Gestão da Hipertensão
Embora o governo e as autoridades de saúde tenham feito alguns esforços para
melhorar o sistema de saúde, a gestão da hipertensão ainda deixa muito a
desejar. Em um país com uma prevalência crescente dessa condição, não é
aceitável que uma parcela tão grande da população continue sem acesso ao
tratamento adequado. O custo elevado dos medicamentos anti-hipertensivos e a
falta de apoio contínuo para pacientes com doenças crônicas mostram a
fragilidade do sistema de saúde em Angola.
Além disso, a dependência excessiva de medidas reativas – como o tratamento de
emergências após a ocorrência de um AVC ou infarto – em vez de uma abordagem
preventiva, sobrecarrega o sistema de saúde, que já é deficiente em termos de
infraestrutura e recursos humanos.
Recomendações para o Futuro
Diante dessa situação preocupante, é urgente que Angola desenvolva uma
estratégia abrangente para o controle da hipertensão arterial. Algumas
recomendações incluem:
1. *Implementação de Programas de Prevenção e Educação*:
Campanhas de conscientização devem ser amplamente divulgadas em comunidades
urbanas e rurais, focando na importância de uma dieta balanceada, redução do
consumo de sal e álcool, abandono do tabagismo e incentivo à prática de
exercícios físicos regulares e neste ponto as nossas Mídias(TPA, RNA, TV ZIMBO
CAMUNDA NEWS , REDES SOCIAS ETC.) teriam um papel fundamental.
2. *Facilitar o Acesso ao Diagnóstico e Tratamento*: O
governo deve garantir que todas as unidades de saúde estejam equipadas com
dispositivos para medir a pressão arterial e que os profissionais de saúde
sejam treinados para o diagnóstico e monitoramento da hipertensão. Além disso,
os medicamentos anti-hipertensivos devem ser disponibilizados a preços
acessíveis, especialmente para as populações de baixa renda.
3. *Criação de Centros de Controle de Doenças Crônicas*:
É fundamental que se estabeleçam centros especializados no controle e gestão de
doenças crônicas, como a hipertensão, para monitoramento contínuo dos pacientes
e para a implementação de programas de rastreamento em todo o país. SENHORA
MINISTRA DA SAÚDE,
PRECISAMOS DE UMA UNIDADE HOSPITALAR PARA O CONTROLO,
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE DOENÇAS METABÓLICAS
Conselho à População
Para a população, a mensagem é clara: a hipertensão é uma doença silenciosa, mas potencialmente fatal. Realizar exames regulares de pressão arterial e adotar hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada, pode reduzir drasticamente o risco de complicações. Além disso, é importante abandonar hábitos nocivos, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, e procurar orientação médica regularmente para prevenir problemas de saúde a longo prazo.
Em resumo, a hipertensão arterial em Angola exige uma resposta coordenada de todos os setores da sociedade. Com uma abordagem integrada que priorize a prevenção, a educação e o acesso ao tratamento, poderemos controlar essa condição e melhorar a qualidade de vida da população.
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