Às vezes sinto-me cada vez mais um “outsider” nesta sociedade angolana em que todos os valores éticos e morais foram completamente invertidos, apagados ou subvertidos. Hoje o povo tem um país invertido e de invertidos, uma Angola, absolutamente, materialista, desumana, castradora e impostora, a sociedade do ter, em vez da sociedade do ser, tem hoje coisas a ser amadas e as pessoas a ser usadas, quando a ordem natural e lógica, seria as pessoas existirem para ser amadas e as coisas para ser usadas. Infelizmente, custa dizer, mas é a pura verdade que a hipocrisia reina, a corrupção e o nepotismo são pratos preferidos do ano 2024.
A negligência no modelo de proximidade, com os pacatos cidadãos estão a ser
os factos mais negativos, quer pelo índice de brutalidade como de assassinatos,
sem qualquer justificativa, reinou!
A constituição de uma «Democracia Representativa», só continua a consistir
na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que
surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem
um partido único. Acho que, o objectivo destes partidos, é fornecer aos
eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis
sentimento de revolta e perfeitamente modelados pelos interesses instalados.
Angola-2024 é o a testado de prova de que o país está transformado numa extrema
miséria e pobreza, superando a herdada em 1975, quando o Dr. Agostinho Neto
proclamou a independência do país, que saiu do colonialismo e entrou no
neocolonialismo. No entanto, quando se poderia consolidar a democracia, as
instituições andam em sentido contrário, inclusive desprezando verdadeiros quadros
nacionalistas e independentes, capazes de emprestar qualidade na governação do
país, no desenvolvimento económico e social do país, como forma de garantir o
fomento de empresas industriais e agrícolas e de maior oferta de trabalho aos
angolanos, sem discriminação.
Infelizmente, em Angola, os políticos são responsáveis por muitos dos
males, a fome, escravatura mental e física, miséria, indigência, morte, uma
panóplia brutal de aspectos negativos aos quais nem o país escapou. Os
políticos são culpados e ainda por cima continuam a vender gato por lebre.
Os "novos colonos" regrediram o país em muitos aspectos, o país
perdeu o rumo, perdeu a dignidade, perdeu a humanidade, hoje, o povo angolano é
transformado em máquina, transformado em mero instrumento de consumo numa
sociedade de consumo, puramente materialista, que esqueceu o verdadeiro sentido
da vida. De facto, é sabido que, sem justiça social, não pode haver
solidariedade nacional e sem solidariedade nacional, não há coesão nacional e
sem coesão nacional, impossível de ter uma nação forte capaz de defender o
interesse geral de Cabinda ao Cunene!
O ano 2024, em Angola, está a carregar também experiências nunca antes
vividas, como a instauração da política do medo, da insegurança e da retirada
da esperança dos cidadãos. A política do ódio está a maquilhar a pilhagem dos
recursos do país e extorsão dos cidadãos, com o aumento de impostos, quando
tinha tudo para sair a vencer, incluindo na aposta do combate à corrupção.
Infelizmente, hoje, Angola tem os maiores e mais eficazes "corruptos"
do mundo, tem o sistema de Justiça mais "incapaz" ou
"incompetente", para combater a corrupção, tendo leis e "juízes
corruptos"... Isso não é uma governação, pois "mete" nojo,
acreditar que a maioria das cidades não tenham a iluminação pública, água
potável, saneamento básico, educação e saúde públicas, com os monturos de lixo
a aumentarem face a política "danosa" do executivo e o Estado
angolano.
É sabido que "as pessoas não existem em função da religião. É a
religião que existe em função das pessoas. Mesmo na política não é o povo que
existe em função dos políticos. São os políticos que existem em função do povo.
No ensino, os professores existem em função dos alunos. Os médicos existem,
acima de tudo, em função dos pacientes. Também a existência dos advogados,
cientistas, jornalistas, tudo se resume em função do povo. Entretanto, na
maioria das vezes, essa posição está invertida. Utilizam-se do povo para os
seus próprios interesses e satisfações. Aqueles que exploram a religião para
seus próprios fins egoístas oprimem e denigrem as pessoas.
Eles tiram impiedosamente vantagens dos outros, apossando-se do que podem e
então, cruelmente, deixam as pessoas de lado quando não tem mais nada a
oferecer. Da mesma forma, aqueles que exploram o mundo da política para o seu
próprio fim compartilham do mesmo desprezo pelas pessoas. Os povos angolanos
não devem ser enganados por esses tipos de pessoas. Os povos não existem para
beneficiarem os líderes. O que deve ocorrer é justamente o oposto. Os líderes,
políticos e clérigos, existem para beneficiar as pessoas (povos). Pois que, os
professores por sua vez, existem para o bem dos estudantes. Entretanto, muitos
dos que se encontram em posições de liderança comportam-se arrogantemente,
denigrem as pessoas (povos). Não é isso. O Executivo, definitivamente, com base
na estratégia do seu presidente, João Manuel Gonçalves Lourenço, está a
"vender" o país ao capital estrangeiro.
Isto "pode ser" um crime contra a soberania angolana,
principalmente, por estar a ser em tempo de crise, onde os que detém o poder e
o dinheiro, se unem como uma verdadeira matilha de cães selvagens, para
"devorar" os pobres, os mais de 20 milhões de miseráveis.
Tristemente, o ano 2024 está a registar e a provar como um ano de hipocrisia. O
país está a tornar "as autocracias mais duras", com governantes mais
ricos, através da "corrupção", aproveitando-se das
"doenças" para a extorsão dos cidadãos. Este país está a
"saque", mas será que o povo angolano no geral ainda não se apercebeu
que os políticos e as elites apenas se preocupam com questões economicistas,
estão-se perfeitamente a borrifar para o lado humano, somos números, nada mais
do que números?
Hoje o povo está cada vez mais a ser surpreendidos em silêncio e
limitações, das suas liberdades e dos seus direitos, apenas tem obrigações, é
hoje mero sustentáculo do sistema, tem direito a viver enquanto tiver
capacidade para trabalhar, para produzir, até ao dia em que lhe acaba o prazo
de validade, tempo em que poderia desfrutar do muito que contribui, mas
esqueça, hoje as coisas não são bem assim, hoje o povo angolano trabalha toda
uma vida para quê, para beneficiar quem, já pensou?
Eu falo para os que estão comigo e para os que estão do outro lado — para
que todos iniciem a acção construtiva, orgânica, positiva, absolutamente
indispensável para o levantamento da Nação e estar ao serviço da Nação, mas
respondo à pergunta feita ao mesmo tempo, hoje apenas o povo serve para
sustentar uma "corja de parasitas", de entre os quais, os mais
destacados, os políticos, os partidos políticos, as organizações, as fundações,
mordomias sem fim para verdadeiros criminosos.
Em suma, o povo sustenta toda a "merda" e fica esquecido, fica
abandonado e pior, é condenado à morte. Direitos, tem muitos, pois que o
sistema os proporciona uma vida plena de direitos. Ou seja, o povo tem o
direito de morrer à espera de uma consulta ou tratamento, tem o direito a
dormir na rua, tem o direito a viver como indigente, tem o direito a assistir
um sistema de educação que se dedica a fazer das suas crianças verdadeiros
alienados, seres sem capacidade de reacção nem capacidade de pensamento, tem o
direito a viver no limite, a contar os tostões para que consiga sobreviver até
ao fim do mês, tem direito a ser usado pelo sistema, pela cambada política a
seu bel prazer, o povo é hoje perfeito escravo, perdeu tudo, hoje nada possui,
hoje paga uma renda daquilo que crê ser dele, hoje é mera máquina, unidade
produtiva com um tempo de vida útil definido.
Enquanto os políticos falam de liberdade, falam de democracia, falam de desenvolvimento humano, mas na realidade estão a andar de marcha atrás, estão a perder rapidamente tudo aquilo que o povo "conquistou", depois da Independência Nacional, hoje o povo no geral está a assistir à "merdificação" da sociedade, a sociedade das aberrações, a sociedade dos alienados, a sociedade dos mentalmente deficientes, a sociedade dos empenados mentais. tudo está uma farsa e é mentira, a democracia que se vive, a liberdade e a fraternidade; é tudo mentira, não se acredita no parlamentarismo, na independência dos poderes, a soberania nacional; é mentira a educação, inspirada nas campanhas nefastas de uma imprensa medíocre.
É mentira a nossa "riqueza", estagnada ou rotineira; é mentira a
nossa ilustração feita de farrapos dessas doutrinas, ministrada por políticos
quase sempre — inconscientemente, os políticos estão a desumanizar o país e o
povo está a fazer o jogo do sistema, está a ser manipulado em direcção a um
“stardard” satânico no qual o povo angolano perdeu capacidade reivindicativa e
todas direitos, liberdades e garantias, perdeu o rumo de forma acelerada, muito
devido a uma verdadeira era da informação, ou melhor, uma era de desinformação
atroz, a era da formatação em vez de formação, na verdade o povo angolano é
cúmplice e caiu na "Matrix dos políticos", aceitando o gato por
lebre.
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