Augusto Chacayá, conhecido pelas interpretações de “Sandra”, “Samba Samba”, “Santa Yami”, “Makamé”, “Aubé”, dentre outros que o consagraram como vocalista nos Jovens do Prenda, vai hoje, às 11h00, a enterrar no cemitério de Sant’Ana, em Luanda.
A urna com os restos mortais do artista
deixa o Centro Recreativo e Cultural Kilamba, local do velório, às 10h00,
depois da missa de corpo presente e as mensagens de condolências dos familiares,
Cooperativa Jovens do Prenda, União Nacional dos Artistas e Compositores -
Sociedade de Autores (UNAC-SA), entre outras instituições.
Nos últimos três dias, admiradores, colegas, amigos e
familiares prestaram uma singela homenagem ao músico no espaço onde decorre a
cerimónia fúnebre.
O corpo chegou quarta-feira ao local, às 22h00, para
dar os fãs poderem dar o último adeus.
Na ocasião, Didi da Mãe Preta, membro fundador dos
Jovens do Prenda reconheceu que é uma perda enorme para a cultura nacional e o
conjunto. "Não tem sido fácil, porque vivemos bons momentos e aprendi
muito com ele”, desabafou.
Didi da Mãe Preta prometeu que a nova geração vai
preservar a obra e os feitos de Augusto Chacayá. Por sua vez, o músico Dom
Caetano recordou a cumplicidade fora dos palcos com o
malogrado. "Augusto foi um dos grandes companheiros na vida que
a música me ofereceu”. Play foi outro artista que reconheceu as qualidades de
interpretação e a consistência na carreira do autor do sucesso "Samba Samba”.
João Adilson, promotor cultural, revelou o seguinte: "Augusto Chacayá foi a primeira pessoa que acreditou no ‘Kuimbila ni Kukina Semba’. Foi o padrinho e um impulsionador do projecto. Não era apenas o artista, foi um amigo e conselheiro.”
Farra no "Tambi”
O óbito de Augusto Chacayá tem sido, também, uma
festa, porque de acordo com a tradição, quando um homem com grandes feitos
morre, não deve ser apenas chorado. O momento deve ser lembrado com alegria. A
noite de ontem, no velório, foi a continuação da celebração da vida do artista.
A demonstração tem acontecido no Centro Recreativo e
Cultural Kilamba, que desde segunda-feira tem reunido familiares e amigos de
Augusto Chacayá. No espaço, artistas proporcionaram muitas alegrias, com a
participação dos integrantes dos Jovens do Prenda e de outros colegas do meio
artístico. Os temas do seu reportório têm sido cantados, dançados e chorados.
Tony do Fumo Filho, na primeira noite, aos prantos,
chorou ao som de "Samba Samba” e no dia seguinte, já recomposto e mais sereno,
cantou o que aprendeu com o seu mentor.
Esteves Bento, também foi chamado a dar voz aos
clássicos do malogrado, enquanto integrante do conjunto Jovens do Prenda.
António Imperial "Baião” e Didi da Mãe Preta, "os veteranos do
conjunto”, têm conduzido o programa de homenagem ao artista. Depois do funeral,
o programa prossegue no espaço onde actuou pela última vez, no Centro
Recreativo e Cultural Kilamba, no dia 11 de Agosto deste ano.
Augusto João Luís "Augusto Chacayá” nasceu a 18
de Março de 1951, em Luanda. É uma das vozes emblemáticas do conjunto musical
Jovens do Prenda, nas décadas de 1980 e 1990. Iniciou a carreira musical no
palco infantil "Palmo e Meio”. Deu continuidade à actividade musical em
alguns centros recreativos e culturais de Luanda.
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