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Argélia: Presidente é reeleito com 95 por cento dos votos válidos

 O Presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, foi reeleito com 94,65% dos votos nas eleições em que era o grande favorito, anunciou a autoridade eleitoral no domingo.

Mais de 5,3 milhões de pessoas votaram em Tebboune, o que representa 94,65% dos votos, anunciou presidente da Autoridade Eleitoral (ANIE), Mohamed Charfi.

A incógnita a respeito da taxa de participação foi a grande protagonista nas eleições de sábado, nas quais Tebboune era o grande favorito, mas com o desafio de lutar contra o índice elevado de abstenção que marcou a votação de 2019.

A ANIE não divulgou novos números da participação ao anunciar os resultados, depois de informar no sábado, no fim do horário de votação, que a "taxa média de participação" era 48,03% às 20H00", sem informar o número exacto de eleitores.

Em Dezembro de 2019, Tebboune foi eleito com 58% dos votos, em uma eleição com comparecimento de apenas 39,83% (60% de abstenção), marcada pelo boicote no auge do movimento de protesto conhecido como 'Hirak', que defendia uma mudança de sistema.

O Presidente enfrentou dois candidatos na eleição de sábado: Abdelaali Hassani, um engenheiro de 57 anos e líder do Movimento Sociedade pela Paz (MSP, principal partido islamista) e Youcef Aouchiche, 41 anos, ex-jornalista e senador, que lidera a Frente das Forças Socialistas (FFS, o partido na oposição mais antigo).

Denúncias de irregularidades

A equipa da campanha de Hassani, um islamista moderado, denunciou, neste domingo, "violações” nas eleições, com "pressão sobre alguns gerentes de secções eleitorais para inflar os resultados”. Por sua vez, o MSP descreveu a "taxa média de participação” anunciada pela autoridade eleitoral como "estranha".

Os rivais de Tebboune pediram o fim do boicote que marcou as eleições anteriores. Mais de 24 milhões de argelinos estavam registados para comparecer às urnas.

Tebboune tem o apoio de quatro grandes formações políticas, incluindo aquele que já foi o partido único, a Frente de Libertação Nacional (FLN), e o movimento islamista El Bina.

Os três candidatos concentraram os seus discursos de campanha em questões sócio-económicas, com promessas para melhorar o poder aquisitivo e recuperar a economia, para torná-la menos dependente dos hidrocarbonetos (responsáveis por 95% das receitas em moeda estrangeira). Em relação à política externa, todos os três candidatos reiteraram o apoio às causas da Palestina e do Saara Ocidental.

Historicamente, a Argélia tem apoiado a Frente Polisário, que defende a independência do saaraui em relação ao Marrocos, que controla a maior parte do território, há quase cinco décadas. A reeleição de Tebboune significa que a Argélia, provavelmente, continue com um programa de Governo que retomou os gastos sociais generosos com base no aumento das receitas de energia depois que ele assumiu o cargo em 2019, após um período de preços mais baixos do petróleo.

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