Tirar o MPLA do poder continua a ser o grande objetivo do BD. E é por isso que o partido diz que vai continuar a pertencer à Frente Patriótica Unida em conjunto com a UNITA, o PRA-JA e membros da sociedade civil.
O Bloco Democrático (BD) diz que a aliança de todos estes movimentos da
oposição é firme. E rejeita boatos de que estaria prestes a sair da plataforma.
Pelo contrário, conjetura até que a Frente Patriótica Unida (FPU) evolua para
uma coligação eleitoral.
Sair da Frente Patriótica Unida (FPU) não é opção para o Bloco Democrático,
diz o secretário-geral do partido.
Mwata Sebastião, considera que a melhor forma de derrotar o partido no
poder, o MPLA, nas próximas eleições, em 2027, é unindo forças políticas, através
da FPU: "Ela é hoje a via mais segura para a alternância política em
Angola. Para o Bloco Democrático não há razões para sair da FPU."
A questão da possível saída do Bloco Democrático da Frente Patriótica Unida
foi levantada recentemente nos corredores políticos em Angola. O motivo é o
seguinte: como o Bloco Democrático não participou oficialmente nas eleições de
2022 (só alguns dos seus membros entraram pela lista da UNITA), na próxima
votação correria o risco de ser extinto, se não voltar a constar no boletim de
voto.
FPU pode evoluir para coligação política?
A lei angolana sobre os partidos políticos é clara nesse ponto: "Há
lugar à extinção do partido político" se "não participar, por duas
vezes consecutivas, isoladamente ou em coligação, em qualquer eleição
legislativa ou autárquica, com programa eleitoral e candidatos próprios".
Tendo isto em conta, Nelson Pestana, vice-presidente do Bloco Democrático,
diz que a resposta é óbvia: A Frente Patriótica Unida deve consolidar os laços
e evoluir para uma coligação eleitoral, comenta Pestana em declarações à DW.
"É uma necessidade, não é uma imposição do Bloco Democrático. É uma
necessidade do movimento de unidade pela alternância democrática",
sublinha.
Será que todos na FPU concordariam com a ideia? Até agora, mais nenhum membro da Frente Patriótica se pronunciou sobre essa possível evolução para uma coligação.
Egoísmo no FPU?
Mas Nelson Pestana deixa um aviso aos parceiros da FPU: "Não aceitamos
que, desta vez, sejamos nós novamente os sacrificados com uma possível
extinção, porque outros querem defender egoisticamente o seu interesse
partidário."
O analista angolano Agostinho Canando acredita que os parceiros da Frente
Patriótica Unida conseguirão chegar a um consenso antes das eleições de 2027. A
coesão da FPU será vital, não só para o Bloco Democrático como também para o
movimento da oposição como um todo, refere Canando.
"Todos esses partidos que fazem parte da Frente Patriótica Unida têm
um único objetivo republicano: retirar o MPLA do poder para que possa entrar a
Frente Patriótica Unida. Depois, resolvem-se os problemas internamente",
recorda o analista.
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