A Polícia Nacional no sector de Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte, está a ser acusada de ter detido no domingo (30) e segunda-feira, (01) desta semana, três membros do autodenominado Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé (MPLT), na vila mineira por serem encontrados a lerem os estatutos da organização dentro de uma residência.
Segundo o secretário-geral do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé (MPLT), Fiel Muaku, que avançou a denúncia ao O Decreto, foram detidos Filipe Mutunda, secretário da Juventude Patriótica da Lunda e o seu adjunto, Cláudio Manuel Muatxinganji, sem a apresentação de um mandado de detenção.
“Foram encontrados na residência do Filipe Mutunda, onde reúnem sempre para lerem os estatutos da organização”, relatou o activista, acrescentando que “os dois dirigentes foram surpreendidos neste domingo e levados à Esquadra da Polícia de Cafunfo”.
Fiel Muaco contou que, após a detenção dos dois activistas do Protectorado
Lunda-Tchokwé e serem levados às celas, os agentes da Polícia Nacional, de
acordo com o responsável, voltaram à mesma residência e vandalizaram levando
todos os pertences.
“Na altura da detenção, os efectivos da Polícia Nacional diziam que estavam
a cumprir ordens superiores, o que ficamos pasmados com essa ordem superior”,
disse.
Para o secretário-geral do MPLT, o Presidente da República, João Lourenço
“precisa saber que, todos nós, somos pessoas feitos por Deus e não pode se
comportar dessa forma, usando a população Lunda-Tchokwé, como se fosse sua
pertença privada e pode brincar como quer”.
“O MPLA se acha que não temos direito de viver neste país, principalmente
nesta região, que nos dê o dia bem como nos mostra outra região onde podemos
viver, pois todos nós temos direitos, tal como eles têm”, referiu.
A redacção deste portal tudo fez para contactar o Comando Municipal do
Cuango e o Provincial da Lunda-Norte, mas nada resultou.
Entretanto, o Club-K apurou que, nesta segunda-feira, 01, foi detido às
17h00, mais um dos membros do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé,
identificado por Zeca Muatxissupa, quando saía da sua lavra.
Ao chegar no posto de controlo, como tem sido a prática dos efectivos da
Polícia Nacional (PN), na sequência da revista foi encontrado com um cartão de
membro da organização, razão suficiente para ser lavado à Esquadra Policial.
O Secretário-geral Fiel Muaku disse que, até ao momento, estão detidos um
total de 13 membros do Movimento do Protectorado da Lunda-Tchokwé, incluindo os
dez presos políticos levados em Outubro de 2023”.
“Num país que se diz democrático e direito não teríamos presos políticos, e
o Presidente João Lourenço deveria orientar muita coisa que falta no país – a
fome, a falta de água e luz, falta de estradas, a miséria e muito mais, por
isso não estaria a orientar a perseguição dos políticos iguais, o que é uma
vergonha”, lamentou o responsável.
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