Uma manifestação realizada nesta segunda-feira, 15, para celebrar a exoneração de Job Castelo Capapinha do cargo de governador provincial do Cuanza Sul, terá sido incentivada por Luanda, que há muito vinha sendo alvo de crÃticas devido à s reclamações em torno do também primeiro secretário da provÃncia pelo MPLA.
Segundo informações apuradas pelo Club-K, a manifestação foi planejada nas proximidades da pastelaria Novo Redondo por um grupo de militantes do MPLA autodenominado "O Grupo do Parlamento". A liderança deste grupo coube a um militante popularmente conhecido como Nando "Capri", irmão do Vice-Governador da ProvÃncia de Luanda para o Setor Econômico, Jorge Miguêns Augusto. "Capri" é membro do Comité de Ação do Partido (CAP) do E-15 e também integra o Comitê Municipal do MPLA na cidade do Sumbe.
Após o anúncio da exoneração pela Presidência da República, os militantes organizadores terão informado as autoridades de Luanda sobre suas intenções de manifestação, recebendo garantias de que poderiam proceder sem interferências da PolÃcia Nacional. Assim, o grupo deixou o local de concentração na pastelaria Novo Redondo, dirigiu-se à zona da casa mortuária e percorreu toda a cidade, passando inclusive pela residência da Vice-Governadora Provincial para o Setor PolÃtico, Social e Econômico, Emilia Cambundo Tchinawalile António Salles Camuhoto, conhecida como uma aliada de Job Capapinha.
Inicialmente, um grupo de agentes da PolÃcia Nacional teria tentado interromper a manifestação dos militantes do MPLA, mas estes teriam advertido que se fossem perturbados, os agentes enfrentariam consequências, uma vez que tinham "autorização" de Luanda para protestar. Posteriormente, um elemento identificado pelos militantes como membro do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) acompanhou a passeata, registrando o trajeto com uma câmera de vÃdeo.
Deve-se notar que esta não é a primeira vez que o regime patrocina
manifestações contra os seus membros. No final dos anos 90, ocorreu uma
passeata para comemorar a exoneração do antigo Primeiro-Ministro Marcolino
Moco, devido à sua manifestação contrária à continuidade da guerra entre o
governo e a UNITA. Durante a manifestação organizada pelo Movimento Espontâneo
de Angola (MEA), foram proferidas palavras de ordem contra ele, chamando-o de "bailundo".
0 Comentários