A "Kikwanga", culturalmente está ligada ao povo Bakongo. Pode ser "Kikwanga", singular, e "Ikwanga", plural.São dois tipos de "Kikwanga": A que menos dura que é conhecida por "Ki-ntoko"! A de maior duração conhecida por "Kikwanga". A "Kikwanga", podia ser feita misturando fuba de bombom com banana pão madura, ou de milho fresco, que se chama também por "izuka".
No geral, a "Kikwanga" era feita para os viajantes; era ração
fria para os Bakongo, como os enlatados de hoje.
O consumo generalizado do "Kikwanga" surgiu no UÃge nas vésperas
da independência, 1974/1975, com a chegada de muitos retornados, porquanto nada
justificava seu uso, estando em casa.
A partir das cidades, como Luanda, o "Kikwanga" fazia, também
parte de elementos de discriminação dos Bakongo, ao lado da "Mfumbwa"
e "Mikati"/bolinho.
Para os Umbundu é "Ekende" cuja caracterização e finalidade é
idêntica com o "Kikwanga".
"Ekende", culturalmente está ligada a identidade do povo Umbundu.
Outras Nações bantu em Angola têm similitude aos Bakongo e aos Umbundu na
perspectiva cultural da "Kikwanga" e do "Ekende".
A outra linha de penetração do "kikwanga" em Angola foi através
dos refugiados de Katanga, território vizinho de Angola, que nas lutas pela
independência do Kongo, se proclamou independente, provocando a secessão de
Katanga com Moisés Tshombe.
A secessão de Katanga provocou a fuga de milhares de civis e militares
katangueses que os portugueses acolheram nas ProvÃncias de Malanje, Lunda e
Moxico.
Os katangueses para estas Provincias transportaram consigo tradições, usos
e costumes que mantiveram lá onde estivessem, inclusive o seu hino nacionalista
o "katangés" que mantiveram nas lutas contra Mobutu.
A "Kikwanga" no norte, a "Futha" e o
"Dikendo" no Centro-norte, "Ekende" no centro-sul, a
"Chahama ou Chandanda" nas lundas, o "Omungome" no Kunene
determinam um espaço cultural que pela sua utilidade pode vir a ser adoptado
por outros espaços culturais.
Angola é um PaÃs multi-étnico e multi-racial. Os angolanos que estão a
construir a nação de Angola pela natureza das suas origens são impelidos a
ultrapassar com urgência culturas de supremacia na subjugação dos outros povos
como é o caso das culturas dos povos emigrantes sobre as culturas dos povos
autóctones.
A nação de Angola deve ser construÃda com base na cultura das nações
autóctones que se deve abrir em receber elementos culturais positivos de outros
povos sem nenhum complexo, incluindo elementos da cultura portuguesa que sejam
positivos e não firam a especificidade africana de Angola. Por exemplo, eu sou
Kamalata Numa e não devia ser AbÃlio José Augusto.
Construir Angola de forma adulta para ser respeitada no mundo como parceiro
igual no concerto das nações, deve ser com respeito, verdade e ciência, este é
o nosso destino.
Ninguém deve negar aos angolanos que a "Kikwanga", a
"Futha", o "Dikendo", a "Chahama", a
"Chandanda", "Ekende", "Omungome" aprimorados
sejam marcas nacionais. Os angolanos não se sintam complexados em ser Nfulupinga,
Zua, Dachala, Kakunha, Dumba e não João, Pedro, António, Maria, Gertrudes. Este
é um direito dos povos das nações de buscar e consolidar uma identidade
colectiva nacional.
Viva Angola com a "Kikwanga"!
Viva Angola com a "Futha" e o "Dikendo"!
Viva Angola com a "Chahama" e a "Chandanda"!
Viva Angola com "Ekende"!
Viva Angola com "Omungome"!
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