O governo angolano anuncia que vai apostar no sector do Turismo, para desenvolver esta área que pode ajudar a desenvolver a economia do país.
Desta feita o executivo apresentou o PLANATUR Plano de Promoção Turística
com um input inicial de 35 milhões de dólares e com várias outras linhas de
crédito, com vista a dinamizar o sector.
Especialistas ouvidos pela VOA fizeram notar que o turismo depende muito de outros fatores a si associados e que, neste momento, faltam infraestruturas em Angola.
O ambientalista, José Silva, diz ter algumas reservas que o plano, como está a ser concebido, dê frutos.
"O turismo é um sector transversal, depende de outras áreas para se desenvolver, o turismo não se resolve com discursos nem decretos, quando nós temos dificuldades mil como acesso a infraestruturas, preços exorbitantes, falta de água potável, défice de formação de quadros na área do turismo, falta de valorização da cultura local, sem locais para acolher turistas, o Planatur pode não ter a eficácia que se espera”, disse acrescentando que “o PLANATUR devia ser mais aberto, chamar-se pessoas que entendem do assunto para contribuir, à medida que o mesmo for andando ir adaptando às realidades socio e económicas do país."
Bernardo Castro é o coordenador da Rede Terra e diz não acreditar que o PLANATUR resulte porque segundo o especialista há uma série de investimentos que Angola devia fazer e não tem.
"Nós estamos muito longe de efectivar a cultura de turismo no país, turismo não se resume a recursos naturais é preciso mobilizar outros recursos, como infraestruturas, as próprias condições económicas”, disse.
“Os preços no sector são elevadíssimos, é preciso que as pessoas não tenham dificuldades para ter acesso aos bancos, há municípios em Angola onde não existe um único hotel, não há investimentos sérios no sector”, afirmou
O investigador do IDD Instituto de Desenvolvimento e Democracia Aleixo Sobrinho diz ter tido o privilégio de viver no tempo colonial em Angola, não há comparação possível em termos turísticos o ontem e o hoje.
"Com a miséria que se vive hoje no país, não há turismo que resista, o turismo deve começar com o cidadão nacional”, disse.
“Lembro que no tempo colonial por altura das férias, a 15 de Agosto era uma coisa doida, andávamos pelo país todo os de Malanje alugavam autocarros e se faziam as estradas, os do Huambo vinham para Luanda era um cruzamento de várias famílias turismo é isso, para haver turismo hoje tem de haver primeiro estabilidade social, sem isso não há como o turismo vinga”, afirmou.
“Há um estrangeiro ano passado que que tentou de bicicleta passear por África, por alguns países africanos o turista não teve constrangimentos mas ao passar por Angola, o estrangeiro foi assaltado a mão armada, esta mensagem rodou o mundo.", acrescentou.
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