Ticker

10/recent/ticker-posts

Há condições para aumentar salários em Angola desde que haja vontade”, diz economista.

 O economista Carlos Rosado de Carvalho afirmou hoje que há condições para aumentar os salários em Angola, destacando que os trabalhadores com salário mínimo perderam 40% do poder de compra desde 2017, quando João Lourenço se tornou Presidente.

Carlos Rosado de Carvalho comentou à Lusa as causas e efeitos da greve geral convocada pelas três centrais sindicais angolanas, que teve início na quarta-feira. Ele afirmou que o mandato de João Lourenço tem sido marcado pela “desconcertação social total”.

“O Presidente só fala com os patrões e só se lembra dos trabalhadores na véspera das eleições, fazendo aumentos salariais. Ora, não há país que funcione sem a concertação social, nós temos de ter um país onde os trabalhadores sejam ouvidos”, declarou.

“Eu acho que isto é um aviso, que pode ser uma oportunidade para o Governo, agora vamos ver se o Governo percebeu”, acrescentou. “Não há economia com salários de miséria”, realçou o economista.

Questionado sobre se há condições para responder às reivindicações dos sindicatos, Carlos Rosado de Carvalho disse que para repor o salário mínimo ao valor anterior ao tempo da crise seria necessário um aumento dos atuais 32 mil kwanzas (35 euros) para cerca de 92 mil kwanzas (101 euros), concluindo que os 100 mil kwanzas (110 euros) reivindicados pelos sindicatos “são uma boa proposta de trabalho”.

Além disso, “há um dado que diz que há margem para aumentar salários em Angola, que é a distribuição do rendimento”. No caso de Angola, prosseguiu, os trabalhadores só ficam com 25% do rendimento nacional, enquanto no Brasil ficam com 45%. “Portanto há uma margem para, nas atuais condições, aumentar salários com uma melhor distribuição de rendimentos (...) desde que haja vontade”, sublinhou.

Enviar um comentário

0 Comentários