A materialização do projecto de internacionalização do Corredor do Lobito, com toda a sua Plataforma Logística envolvente, é um facto que, pela sua magnitude e alcance, constitui um passo histórico e faz de 2023 um ano especial, segundo o governador de Benguela, Luís Nunes, na qual fala das principais realizações da província ao longo deste ano.
Senhor governador, quais são as acções de vulto realizadas em 2023 na província de Benguela?
Não poderíamos deixar de destacar aqui a materialização do projecto de
internacionalização do Corredor do Lobito, com toda a sua plataforma logística
envolvente, um facto que, pela sua magnitude e alcance, constitui um passo
histórico e faz de 2023 um ano especial para Benguela, catapultando a província
para outros oceanos e trazendo o real valor geoestratégico das águas calmas e
promissoras deste mar que nos banha e abençoa.
Porém, ao encerrarmos este ciclo, é imperativo reflectirmos sobre o
desempenho do último ano e traçarmos metas para o futuro que se aproxima.
Qual é o balanço que faz?
É com satisfação que vamos testemunhar, em poucos dias, o encerramento de 2023. O seu término revelou-se de forma intensa e desafiante, exigindo de todos os quadrantes da sociedade um exercício de reinvenção, para enfrentarmos adversidades. Apesar das dificuldades, superamos obstáculos e solidificamos projectos.
Que obstáculos?
O nosso compromisso com o desenvolvimento da nossa província foi testado e
posso afirmar, com orgulho, que, como uma comunidade unida, conseguimos, de
forma determinante, dar passos concretos e significativos nos diferentes
sectores. No entanto, devemos reconhecer que ainda há muito trabalho pela
frente, sendo que o nosso foco deve ser, cada vez mais, a solidificação dos
processos de construção de pontes entre os distintos actores da sociedade,
promovendo a inclusão, a diversidade, a cidadania e a democracia.
Com que impressão fica do ano prestes a terminar?
Hoje, ao olhar para trás, posso afirmar, com convicção, que avançamos
consideravelmente, mesmo diante das adversidades, crises inesperadas e desafios
económicos.
O que tem a destacar?
Neste processo destaco a certeza, resiliência, coragem, solidariedade e a determinação do povo de Benguela, que constitui a luz que nos tem iluminado neste percurso e que nos faz encarar com esperança o ano que se avizinha, como mais uma jornada de grandes desafios.
Quais são as perspectivas para o novo ano?
Antes de olharmos para o futuro, o dever nos impele a proceder sempre,
ainda que, em breve trecho, a um exercício de prestação de contas e avaliar de
que maneira as acções do Governo têm impactado a vida de cada um dos cidadãos
desta província. A nossa administração tem sido pautada por um compromisso
firme com o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e o bem-estar
colectivo. Contamos com cada um de vós (gestores públicos, membros da sociedade
civil e da população, em geral) sem excepção, para continuarmos a construir
juntos uma província mais forte e mais resiliente.
Alguma mensagem especial?
Quero dirigir esta mensagem de união a todos os cidadãos desta província. Quero
destacar uma palavra especial a todos os servidores e gestores públicos, pois,
enfrentamos juntos obstáculos significativos e a resposta da nossa equipa tem
de ser, cada vez mais, verdadeiramente exemplar. Cada um de nós tem de
demonstrar compromisso, resiliência e profissionalismo, diante das adversidades
do dia-a-dia.
Quais são as acções de vulto realizadas este ano?
Ao longo deste ano testemunhamos realizações em diversos sectores, desde a
Administração Pública até à assistência social. No sector social, o destaque
recai para a saúde, educação e muito mais. Cada conquista é resultado do
esforço colectivo e do profissionalismo, que a nossa missão exige. Para tal,
neste período, diversas obras foram realizadas, visando a melhoria da qualidade
de vida da nossa população.
O que tem a destacar na esfera económica?
Na esfera económica testemunhamos um crescimento notável, fruto do trabalho
árduo dos nossos empreendedores locais e do apoio institucional contínuo que,
enquanto Governo, continuaremos a prestar.
No entanto, não podemos ignorar as dificuldades que muitos têm
experimentado, neste processo, pelo que nos incumbe continuar a encetar
esforços no sentido de promover políticas que garantam oportunidades
equitativas para todos.
Quais foram os ganhos no sector da Educação?
Na área da Educação, sendo um dos pilares fundamentais para o
desenvolvimento da sociedade, celebramos não apenas o aumento no acesso à
educação básica, com a construção e revitalização de novas unidades de ensino,
mas, também, avanços no ensino superior.
Investimos em infra-estruturas escolares e programas educacionais
adaptados, bem como assistimos à inserção de novos e cada vez mais capacitados
professores e educadores, o que demonstra o nosso empenho em proporcionar um
futuro melhor para as gerações vindouras, materializando o grande objectivo de
oferecer um ambiente propício ao crescimento intelectual e ao desenvolvimento
de habilidades essenciais para o crescimento sustentável do país.
Que obras inauguradas gostaria de destacar?
Dentre várias, quero destacar a inauguração, na primeira semana de
Dezembro, de mais uma unidade escolar de 21 salas de aula na Catumbela, que vai
funcionar como Instituto Politécnico, bem como a entrega de novas salas de
aula, que de certo vão proporcionar melhores condições para os alunos e professores,
que infelizmente experimentavam um processo de ensino e aprendizagem em
condições precárias.
Sabemos que o nosso passivo neste sector ainda é deveras considerável e não
mediremos esforços para ir melhorando as condições de frequência às aulas para
as nossas crianças, bem como de trabalho para os professores, que são uma
classe de capital importância para o desenvolvimento sustentável que
pretendemos.
E em relação ao sector da Saúde?
A saúde é uma prioridade inegociável. E, neste sector, enfrentamos cada vez
maiores desafios, tendo em conta a urgência de chegarmos a todos. Este ano
concentramos os nossos esforços na construção e ampliação de unidades de saúde
em várias comunidades.
Há quem diga que se tem apostado muito no betão. O que tem a dizer?
As infra-estruturas sociais criadas não são apenas tijolo e betão mas, sim,
locais onde desejamos que sejam cuidadas e preservadas vidas. A par destas
edificações, foi disponibilizado equipamento capaz de as tornar funcionais,
estando a trabalhar em programas de prevenção, bem como de formação para termos
profissionais qualificados, capazes de garantir um impacto positivo na saúde
das nossas populações e com maior humanização dos serviços de saúde.
Foram inauguradas novas unidades de saúde?
Neste sector, a província ganhou novos blocos operatórios na Maternidade do
Hospital Geral de Benguela e uma nova unidade de tratamento intensivo, no
Hospital Regional do Lobito, bem como um depósito de medicamentos, com o seu
devido apetrechamento.
Essas acções vão continuar?
Continuaremos, certamente, a dar toda a atenção ao sector da Saúde, pois o nosso foco são as pessoas e só com pessoas saudáveis conseguiremos o desenvolvimento que nos propusemos todos os dias alcançar.
O que foi feito no domínio das vias de comunicação?
Para um real e sustentável desenvolvimento socioeconómico, a conectividade
é vital. Por isso, investimos na melhoria das vias de comunicação, facilitando
não apenas o tráfego rodoviário, mas, também, promovendo a integração e o
acesso a serviços essenciais.
Estamos conscientes que vias mais seguras não só economizam tempo, mas, também, e sobretudo, contribuem para a dinamização do comércio, produção local, estimulando o desenvolvimento transversal e equitativo dos municípios que compõem a província.
As obras governamentais têm gerado empregos?
As obras governamentais, também, têm gerado empregos e estimulado a
economia local, seja por meio de grandes projectos de infra-estruturas ou
iniciativas voltadas ao desenvolvimento de sectores estratégicos, buscando
fomentar o emprego e criando oportunidades de rendimentos para a população.
Para além da forte aposta nos sectores emergenciais, realizámos investimentos
em projectos promotores da inclusão, da cultura e do lazer. Parques e áreas
recreativas foram revitalizados, proporcionando espaços adequados para o
convívio e o fortalecimento dos laços comunitários.
O que dizer sobre a preservação do ambiente?
A importância da preservação ambiental e cultural é uma missão que nos
compete, estando este Governo a priorizar medidas para proteger o nosso
património natural e cultural. Mas, há mais a ser feito e, para tal,
comprometemo-nos a intensificar os nossos esforços na promoção da
sustentabilidade e na preservação do meio ambiente, de forma a trazermos,
também, para Benguela, um turismo de qualidade, sustentável, e que capitalize o
nosso potencial neste sector. Estas não são apenas obras de betão. São
investimentos concretos na vida de cada cidadão. O real impacto vai além das
infra-estruturas físicas. Trata-se de melhorias reais na qualidade de vida,
proporcionando oportunidades e acessos a serviços essenciais, promovendo a
inclusão e condições favoráveis ao desenvolvimento e ao progresso social.
Quais são as outras realizações de vulto em 2023?
Tal como já frisei, os aspectos que apresentamos servem tão somente para exemplificar as inúmeras acções que temos implementado neste processo de governação e não poderíamos deixar de destacar, mais uma vez, a materialização do projecto de internacionalização do Corredor do Lobito, com toda a sua plataforma logística envolvente, um facto que, pela sua magnitude e alcance, constitui um passo histórico e faz de 2023 um ano especial para a nossa província.
O que dizer sobre a transparência na gestão do erário?A transparência é um pilar fundamental da nossa administração e a
informação é um direito. Por isso, estamos comprometidos em compartilhá-la de
forma aberta e acessível. Continuaremos os processos de auscultação dos
distintos segmentos da nossa sociedade que no presente ano se tornaram mais
frequentes, abertos e produtivos, nos quais não só reportamos o que fazemos, mas,
principalmente, ouvimos as reais pretensões do que a sociedade pretende que
façamos numa lógica de ir ao encontro dos problemas e em conjunto encontrarmos
os melhores mecanismos para os resolver, alicerçando-se assim numa governação
mais aberta, participativa e inclusiva.
Este trabalho vai continuar?
Estamos comprometidos na continuidade deste trabalho, não só focados em
resultados imediatos, mas, sobretudo, numa obra capaz de fazer a ponte com o
futuro, garantindo que hoje e amanhã cada cidadão desfrute dos benefícios
tangíveis destas profundas intervenções. Estou certo que o progresso de
Benguela é resultado directo de um esforço conjunto. É com essa motivação que
estamos cá, sendo curial relembrar que falta muito para atingirmos o sonho,
pois estamos conscientes dos enormes constrangimentos e dificuldades por que
passam as nossas populações, fruto duma conjuntura económica global
extremamente difícil.
É uma realidade que ainda não vivemos o momento que todos desejamos, sendo
necessário coragem, determinação e união para ultrapassarmos o contexto actual.
É vital reconhecermos que enfrentamos desafios colectivos que exigem soluções
colectivas.
Quais são as perspectivas para o próximo ano
No ano vindouro enfrentaremos novos desafios, mas estou confiante de que,
com mais determinação e espírito colaborativo, superaremos obstáculos e tudo
faremos para servir a nossa população da melhor forma possível e tornar 2024 um
ano de maiores realizações.
Relembro que ninguém é mais importante que a vendedora do Chapanguele, do
que o pescador da Baía Farta, do que o camponês do Cubal ou a mamã zungueira
que luta pelo seu sustento, ou ainda o jovem que lava carro ou que transporta a
mercadoria de outrem.
Quer dizer que conta com todos para o rumo que se pretende para Benguela?
Todos, mas absolutamente todos representam uma pedra fundamental para o
crescimento e desenvolvimento da nossa província. Por isso, reiteramos o nosso
compromisso de não deixar ninguém para trás. Neste momento especial, convido
cada um de nós a reflectir sobre as suas acções para o bem comum, de que forma
temos contribuído para o crescimento, estabilidade, desenvolvimento e, assim,
renovar o compromisso individual com o progresso da nossa amada província.
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